Em um eventual segundo turno entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o senador Flávio Bolsonaro (PL), o petista venceria a disputa com 15 pontos de vantagem sobre o candidato escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para representar o seu campo político. A conclusão é da última pesquisa do instituto Datafolha, divulgada neste sábado, 6. Governadores de direita também perderiam de Lula, mas por margens menores.
Lula marca 51% contra 36% de Flávio em um eventual segundo turno. Votos brancos e nulos somariam 12% do total, enquanto apenas 1% dos eleitores dizem não saber em quem votariam. Na edição anterior da pesquisa, realizada em julho, a vantagem de Lula contra Flávio era um pouco menor, de 48% contra 37% dos votos, respectivamente.
Flávio se lançou pré-candidato à presidência na sexta-feira, 5, ao anunciar que seu pai o escolheu para liderar o campo bolsonarista na disputa pelo Palácio do Planalto. Jair Bolsonaro teria informado o filho sobre a decisão na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde o ex-presidente cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado após ser derrotado por Lula nas eleições de 2022.
Os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, e Ratinho Jr. (PSD), do Paraná, ficariam apenas 5 e 6 pontos atrás de Lula em um segundo turno, respectivamente, segundo o Datafolha. Em uma disputa entre Lula e Tarcísio, 47% dos eleitores votariam no petista, enquanto 42% escolheriam o ex-ministro de Bolsonaro. No caso de uma disputa direta contra Ratinho Jr, Lula também reúne 47% das intenções de voto, enquanto o político paranaense teria 41% dos votos. Nesse sentido, a diferença de desempenho entre Tarcísio e Ratinho está dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A pesquisa Datafolha deste sábado reforça uma tendência que já havia sido observada em levantamentos anteriores: em segundos turnos contra Lula, membros da família Bolsonaro tendem a um resultado pior do que governadores de direita que também cobiçam o Palácio do Planalto. Essa desvantagem nas pesquisas ajuda a explicar o porquê de partidos do centrão terem recebido mal a notícia de que Flávio tende a ser o candidato do bolsonarismo no pleito do ano que vem.
Outros membros da família Bolsonaro teriam um desempenho semelhante ao de Flávio em um eventual segundo turno contra Lula. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), hoje autoexilado nos Estados Unidos, receberia 35% dos votos contra 52% de Lula. As diferenças entre os resultados de Flávio e Eduardo estão dentro da margem de erro. Já a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro apresenta um desempenho ligeiramente melhor, pontuando 39% dos votos contra 50% de Lula em um eventual segundo turno.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre terça e quinta-feira, 4, ou seja, antes de Flávio comunicar que foi indicado por seu pai para disputar a presidência. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou para menos.