A Copa do Mundo de Clubes da Fifa começou no último sábado, 14, com uma overdose de partidas exibidas na televisão e no streaming diariamente. Em meio aos gols e cânticos da torcida, um hit da década de 1990 foi abraçado pelo torneio e virou música tema da competição: a canção Freed From Desire, da italiana Gala, que embala a vinheta de abertura do mundial.
Lançada em 1996, o sucesso chiclete do eurodance chegou ao mundo há 29 anos, antes do nascimento de muitos dos jogadores que disputam o torneio Marcada pelos versos “Na na na na na na”, a canção e o primeiro single do álbum Come Into My Life (1997), que também fez sucesso com a faixa-título. Apesar de ter entrado nas paradas na época, Freed From Desire caiu no gosto do público de vez a partir de 2011, quando começou a ser usada como cântico o futebol.
Os primeiros a usarem a música nas arquibancadas foram os torcedores do clube irlandês Bohemian FC. Durante uma partida o Sligo Rovers, a torcida alterou um trecho da música e passou a entoar o verso “The Bohs have got no money, we’ve got a bag of E’s” (“Os Bohs não têm dinheiro, temos uma sacola de ecstasy”) para provocar o time adversário. No ano seguinte, torcedores utilizaram o refrão da música com o mesmo intuito. “Freeman’s on fire, your right back is terrified!” (“Freeman está pegando fogo, seu lateral-direito está aterrorizado!”), diz o cântico em homenagem ao ponta Luke Freeman.
De lá para cá, a música caiu de vez no gosto dos boleiros, impulsionada por uma versão viral: em 2016, Sean Kennedy, torcedor do Wigan Athletic, publicou no YouTube sua versão da música apelidada de “Will Grigg’s on Fire” (“Will Grigg está pegando fogo”). No mesmo ano a música viralizou de vez na Eurocopa, quando torcedores da Irlanda do Norte adotaram o cântico para si, já que Grigg representava a seleção norte-irlandesa. Desde então, versões alternativas foram entoadas por diversos times: o Manchester City exaltou o meia espanhol Rodri. Jamie Vardy, do Leicester City, ganhou sua versão durante a Premier League de 2016, e a canção foi abraçada até por torcedores franceses — que escolheu Griezmann como homenageado.
A febre foi tanta que o “na na na na” passou a embalar os gols de diversas seleções durante a Copa do Mundo de 2022, e também na Copa do Mundo Feminina de 2023. para além do futebol, a música também foi incluída nas cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos de Paris, antes de chegar enfim à Copa do Mundo de Clubes como hino esportivo.
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