O PIB de apenas 0,1% no 3º trimestre confirmou a desaceleração da economia, mas o que seria motivo de pessimismo virou combustível para o Ibovespa, que fechou em novo recorde. Expectativa de corte da Selic e a aposta em juros menores nos EUA animaram os investidores.
O pibinho indica praticamente uma contração econômica mas, em vez de mau humor, o mercado doméstico entregou euforia. O Ibovespa subiu 1,67%, fechou aos 164.455 pontos e ainda cravou o maior ganho de pontos em um único pregão: +2.708. É o mercado sendo… o mercado: ignorou a atividade fraca e celebrou a perspectiva de juros menores.
O primeiro motor dessa alta foi interno. Com a economia esfriando de maneira “organizada”, cresce a convicção de que o Banco Central tem espaço para cortar a Selic já na primeira reunião de 2026, no fim de janeiro. A pesquisa Focus reforça essa leitura: a projeção para a taxa básica recuou para 14,75%, ante os 15% atuais. A narrativa é simples: PIB fraco, inflação cadente, juros mais baixos lá na frente.
O segundo impulso veio de fora. Nos Estados Unidos, o mercado elevou as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve já na semana que vem, após números mais fracos de emprego e sinais de perda de fôlego da inflação americana. Se o Fed aliviar, o apetite global por risco aumenta — e países emergentes como o Brasil surfam primeiro essa onda. Hoje, a B3 surfou como se estivesse no Havaí.