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Chanceler diz que Ucrânia quer ‘paz real’ e faz paralelo entre Rússia e Alemanha nazista

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, afirmou nesta quinta-feira, 4, que seu país quer “paz real, não apaziguamento” no conflito com a Rússia, em referência à política pela qual um Estado-nação, por pragmatismo ou temor de guerra, aceita condições impostas por outro (ou outros) em vez de resistir.

Em fala durante a reunião anual do Conselho Ministerial da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em Viena, ele criticou qualquer pressão por concessões territoriais e citou o Acordo de Munique de 1938, da Alemanha nazista — quando potências europeias permitiram que Adolf Hitler anexasse a região dos Sudetos, na então Tchecoslováquia, esperando que fosse suficiente para aplacar sua sanha territorial (não foi, por óbvio).

“Ainda lembramos os nomes daqueles que traíram as futuras gerações em Munique. Isso não pode se repetir. Precisamos de paz verdadeira, não de apaziguamento”, declarou o chanceler, em crítica indireta a pressões dos Estados Unidos por concessões territoriais ucranianas à Rússia.

Sybiha reiterou que “acordos de paz injustos” apenas adiaram tragédias no passado, ao mesmo tempo que agradeceu Washington por liderarem esforços diplomáticos. Ele prometeu que Kiev “aproveitará todas as oportunidades para tentar pôr fim à guerra”, mas não aceitará um entendimento considerado desequilibrado.

Negociações em impasse

A fala ocorreu em meio a um clima nebuloso nas tentativas recentes de diálogo. Na quarta-feira 3, o presidente americano, Donald Trump, disse que o caminho para um acordo “permanece incerto”, apesar de conversas “razoavelmente boas” entre seus enviados especiais, Steve Witkoff e Jared Kushner, e o líder russo, Vladimir Putin. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua vez, afirmou que sua equipe prepara novos encontros em Washington, incluindo uma reunião em Miami nesta quinta, dando seguimento à interlocução.

A OSCE, que já foi peça-chave no diálogo entre Leste e Oeste durante a Guerra Fria, vive hoje um período de paralisia. Moscou tem bloqueado resoluções importantes ao acusar a organização de ser dominada pelo Ocidente. Agora, porém, é Washington quem trava consensos, exigindo cortes de custos e reformas internas antes de aprovar o novo orçamento do grupo, segundo diplomatas.

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