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O passo a passo na Alerj que pode levar à soltura de Bacellar, preso pela PF

Preso pela PF na Operação Unha e Carne, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), pode ser libertado de modo rápido pelos colegas. A partir da notificação da sua prisão nesta quinta-feira, 4, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se reunirá, e o político de Campos dos Goytacazes terá até 48h para apresentar sua defesa. Dependendo da velocidade dessa resposta, a situação de Bacellar tem chance de ser definida amanhã ou na segunda-feira.

Enviada a defesa, a CCJ tem um dia para emitir um parecer, que pelo poderio de Bacellar na Casa deve ser a favor da sua soltura.  A comissão é dominada por aliados de primeira hora do parlamentar – o presidente é Rodrigo Amorim, também do União e líder do governo na Assembleia. O parecer, que pode incluir ainda a sua permanência na presidência, vai para votação aberta em plenário. Mas somente a ala mais à esquerda – com 11 deputados – tende a votar contra entre 69 parlamentares. “Há setores da direita muito constrangidos, ainda mais no PL, que tem a bandeira do combate ao tráfico. Mas não tem como eles não votarem favorável ao Bacellar”, calcula Carlos Minc (PSB), completando. “Mesmo que a gente perca, a permanência dele na presidência, com certeza, o ministro Alexandre de Moraes vai cancelar. O que é bom para o governador Cláudio Castro, que gostaria de ter outro presidente na Assembleia”.

Disputa pela presidência

A leitura é a mesma de Flávio Serafini (Psol), que aponta para a possibilidade de tudo ser resolvido a toque de caixa. “A CCJ deve se reunir amanhã (sexta), e se Bacellar tiver com a defesa pronta a votação acontece amanhã mesmo ou na segunda. É provável o cenário do relaxamento da prisão, porque esse grupo político vai querer exercer sua maioria para se proteger”. O deputado também espera que o STF, com medidas cautelares, derrube uma possível decisão da Alerj sobre a manutenção do político no comando da Casa.

Caso isso ocorra, a Alerj pode entender que se trata de um afastamento temporário – com o vice-presidente da Casa, Guilherme Delaroli (PL), assumindo a cadeira de Bacellar – ou definitivo, o que levaria à convocação de eleição para a vaga. “Isso vai ser um elemento de disputa, porque Bacellar na presidência da Alerj era um problema para Castro. Com ele fora, o governador pode atuar para indicar um nome”, analisa Serafini, lembrando do rompimento entre Castro e Bacellar. O governador tinha no ex-aliado um obstáculo à sua candidatura ao Senado, já que o presidente da Alerj assumiria o governo do estado, ficando com a máquina nas mãos em ano eleitoral.

Mandato-tampão de governador

Bacellar, que pretendia ser candidato à sucessão de Castro, foi preso por suspeita de vazar informações da operação que levou para a cadeia o ex-deputado TH Joias (ex-MDB), acusado de ser braço político do Comando Vermelho. A decisão do STF embaralhou as cartas da política do Rio. E empurrou ainda mais o estado para uma eleição decidida pelos deputados.

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Se Castro for mesmo candidato, haverá eleição indireta para um mandato-tampão às vésperas do pleito de 2026. Só que o chefe do Palácio Guanabara ainda tem pela frente o seu julgamento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no caso Ceperj. Na hipótese de ser cassado, haverá eleição direta. “2026 promete fortes emoções”, conclui Serafini.

 

 

 

 

 

 

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