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‘Sinais de exaustão’: o que aconteceu com os Serviços no PIB, segundo analistas

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O PIB do terceiro trimestre confirmou a mudança de ritmo da economia. O número veio praticamente estável, com alta de 0,1% em relação ao trimestre anterior. No maior setor da economia, os serviços, o movimento foi o mesmo no período: avanço de 0,1% na margem e uma perda de fôlego que já aparecia nos indicadores antecedentes.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, os serviços ainda crescem 1,3%, mas o impulso é menor do que o visto no primeiro semestre. Os dados do IBGE mostram que Informação e comunicação, transporte e atividades imobiliárias seguraram o setor. Do outro lado, atividades financeiras recuaram e os serviços mais ligados às famílias seguem sensíveis ao crédito mais caro e ao mercado de trabalho menos acelerado.

Para o economista-chefe da Lev Asset Management, Jason Vieira, o trimestre mostra uma desaceleração “controlada, não recessiva”. Ele diz que o setor de serviços, que sustentou a economia no pós-pandemia, agora perde força de maneira clara, e essa mudança afeta tanto a inflação quanto a renda. “O setor de serviços desacelera de forma clara, e isso tem impacto direto sobre a inflação de serviços e massa salarial”, afirma.

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A leitura é reforçada por Rafael Costa, fundador da Cash Wise Investimentos. Ele observa que o setor de serviços representa cerca de 70% do PIB e foi o principal motor da recuperação depois da pandemia, mas perdeu capacidade de avançar com a Selic em níveis elevados. “Desde que a gente teve o aumento da Selic, nesses patamares que nós estamos aí de 15%, lembrando que o Brasil está com um dos maiores juros real do mundo, isso vai parando toda a área de consumo e também a área de serviço”, diz.

Segundo ele, o setor mostra sinais de exaustão. “Aqui a gente está vendo, praticamente, o setor de serviço entra em exaustão, ou seja, não consegue mais crescer, porque não há demanda disso por parte da população. E novamente, é 70% do PIB.” Para Costa, esse peso explica por que o PIB veio mais fraco do que o esperado. “Sendo 70% do PIB, a gente vê o PIB estagnando, não é à toa que, nesse terceiro trimestre, veio abaixo das expectativas.”

A desaceleração dos Serviços ajuda o IPCA a se manter dentro do intervalo da meta, mas, segundo Vieira: “próximo ao topo.”

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