Há um interessante – ainda que momentâneo – torneio paralelo na Copa do Mundo de Clubes. Saber como a imprensa internacional tratou os quatro clubes brasileiros em suas partidas inaugurais nos Estados Unidos. Por motivos evidentes, não há profusão de superlativos – e tampouco críticas severas, porque o quarteto foi razoavelmente bem, especialmente o Fluminense, ao empatar com um complicado Borussia Dortmund em 0 a 0, o Palmeiras, em resultado igual com o Porto e o Flamengo, ao vencer o frágil Espérance da Tunísia por 2 a 0. O mais tímido, por assim dizer, foi o Botafogo que levou um susto contra o Seattle Sounders – 2 a 1 – mas levou os três pontos.
Eis o que disserem jornais da Espanha, sobretudo, e de alguns outros países:
PALMEIRAS
Para o Mundo Deportivo, o Verdão merecia um “prêmio maior” ante o Porto. O diário espanhol foi direto ao ponto: “só houve equilíbrio no confronto graças à atuação do goleiro Cláudio Ramos.
Para o AS, a partida foi um “formidável duelo que terminou sem gols”. A manchete: “Duas joias confusas em Nova York”, em referência ao desempenho de Estevão, do Palmeiras, e Rodrigo Mora, do Porto. O argentino Olé seguiu linha semelhante: “Palmeiras e Porto empataram e há paridade absoluta no Grupo A”. O Marca puxou a brasa para a sardinha esmeraldina de São Paulo: “O Palmeiras não teve o que merecia”.
FLAMENGO
Com a manchete “Filipe Luís sonha grande”, o As foi só elogios à equipe carioca e fez questão de alertar os ingleses do Chelsea, o próximo adversário do rubro-negro. A reportagem desceu a detalhes: “O Flamengo chegou ao Mundial de Clubes e demonstrou por que lidera o Brasileirão. Mostrou um jogo eficaz, de ritmo alto e vistoso com a bola. Brilharam os jogadores-chave na criação, com gol de Arrascaeta e liderança, já na estreia, de Jorginho. A equipe carioca mandou no jogo com atrevimento e sem mostrar os nervos típicos de uma estreia”.
O Marca classificou a vitória como um ”baile” diante dos tunisianos e exaltou Arrascaeta. “A figura mais importante da partida foi o 10 uruguaio, não só por ter marcado o gol que abriu a vitória, mas também por ser o maestro da partida. Por isso usa esse número valioso. A prova de fogo virá na próxima rodada, quando se enfrentam os dois clubes que a princípio vão passar de fase, Flamengo x Chelsea”, anotou o diário.
O Sport destacou o abismo financeiro entre o Espérance e Flamengo, além de ter chamado o time carioca de ”clube mais poderoso da América do Sul”.
FLUMINENSE
Do As: “Fluminense foi amplamente superior , e só precisaria de um pouco de precisão para conquistar o que seriam três pontos merecidos”.
“O time brasileiro se esforçou, jogou bem e até superou um Dortmund apático, que lutava muito para se reerguer”, diz um trecho da matéria do Olé argentino. “O Borussia Dortmund não conseguiu superar um Fluminense que, na verdade, criou muito mais perigo do que a equipe de Niko Kovac”, cravou o Mundo Deportivo.
Do alemão Kicker: “Fluminense melhor, mas ineficiente: Dortmund conquista ponto na largada”.
BOTAFOGO
Os comentaristas internacionais limitaram-se a olhar para o próximo adversário, o Atlético de Madrid. Assim, segundo o Sport: “O Botafogo pressiona o Atlético de Madrid”. A esquipe espanhola, lembre-se, perdeu de 4 a 0 para o PSG. O Marca foi na mesma linha: “Botafogo ameaça o Atlético de Madrid”.
Tudo somando, apesar das evidentes diferenças entre os adversários, apesar de apenas Palmeiras e Fluminense terem enfrentado equipes da Europa, o título inicial de elogios a partir do olhar de fora coube ao Flamengo – não é nada, não é nada, por ora só vale como impressão inicial. Lá na frente, ou mesmo nos próximos dias, pode não ter valor nenhum.
