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Graças às IAs, análises de suor podem substituir exames de sangue

Para quem não é fã de agulhas, a notícia parece animadora: num futuro não muito distante, informações contidas no nosso suor podem substituir exames de sangue. E tudo graças a ferramentas de IA, recrutadas para desvendar esse nem sempre bem-vindo integrante da vida do brasileiro.

Aliás, não só do brasileiro, mesmo porque a origem dessa conversa é o outro lado do mundo: a Austrália. Um artigo científico da University of Technology de Sydney (UTS) mergulhou nas principais iniciativas relacionadas ao uso do suor na medicina preventiva. Na chamada Saúde 5.0, a tecnologia entra em cena para evitar doenças com cada vez mais frequência.

O texto, publicado no Journal of Pharmaceutical Analysis mostra que, combinando sensores de alta precisão e algoritmos treinados para analisar grandes volumes de dados biológicos, o suor pode se tornar um canal de monitoramento contínuo da saúde.

Daí, em vez de madrugar no laboratório para tirar dez tubinhos de sangue (quem nunca?), talvez nossas versões futuras precisem apenas de um adesivo colado na pele. Ou mesmo de algum wearable, caso dos relógios smart que já monitoram indicadores de saúde e tendem a ficar ainda mais precisos.

Ainda não existe um equipamento completo que a gente possa já pensar em correr para comprar, mas esse dispositivo futurista será capaz de usar o suor para rastrear índices de glicose, cortisol e outros biomarcadores relevantes para estresse crônico, diabetes, distúrbios metabólicos e condições inflamatórias. Tudo em tempo real.

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Outro dia contei aqui sobre IAs que conseguem, apenas a partir da voz de uma pessoa, detectar diabetes. As pesquisas sobre o suor seguem na mesma trincheira, com uma lógica simples: trata-se de uma secreção produzida continuamente, que não precisa de agulha para extração, não dói.

Além disso, o suor contém muito mais do que água e eletrólitos. Hormônios como cortisol, indicadores associados ao metabolismo e até resíduos de medicamentos aparecem ali, só que em concentrações muito pequenas. Sensores tradicionais não detectavam essas moléculas com precisão, mas dispositivos de nova geração já conseguem coletar volumes minúsculos diretamente da pele e conduzir análises quase instantâneas. Quando esses dados chegam a modelos de IA, padrões que seriam invisíveis para um laboratório comum ficam evidentes.

Esse futuro, porém, levanta discussões que vão além da tecnologia. Se um adesivo high tech sabe que seus hormônios do estresse subiram, quem mais poderá descobrir? Como garantir que planos de saúde não usem esses dados para cobrar mais ou mesmo para recusar clientes, por exemplo?

Ou seja, para nós, pobres mortais, o desafio será entender o que está sendo coletado, como é interpretado pela IA e se essas infos poderão circular por esferas que a gente preferia que não tivesse acesso.

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