O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), unidade militar do Irã criada como contrapeso das Forças Armadas tradicionais para defender o regime dos aiatolás, afirmou nesta terça-feira, 17, ter atacado o prédio da diretoria de inteligência militar de Israel e a sede do Mossad, agência de espionagem do país, em Tel Aviv.
“Esta manhã, as forças aeroespaciais do IRGC realizaram um ataque ao centro de inteligência militar do exército do regime sionista (Israel), Aman, e ao centro de planejamento de operações terroristas do regime sionista, Mossad, em Tel Aviv, apesar dos avançados sistemas de defesa de Israel, e este centro está agora em chamas”, informou a agência de notícias iraniana Tasnim, citando um comunicado da Guarda Revolucionária.
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A Tasnim relatou anteriormente que a base de inteligência militar israelense de Glilot, perto de Tel Aviv, foi atingida pelo ataque de mísseis do IRGC.
O Mossad foi fundamental para o ataque surpresa israelense na semana passada. De acordo com o Exército do país, espiões se infiltraram em território iraniano e possibilitaram ações direcionadas contra instalações nucleares e comandantes militares. Na segunda-feira 16, Teerã afirmou ter executado um homem acusado de ser membro do Mossad – ele foi preso há anos, mas a medida foi lida como uma mensagem.
Conflito se intensifica
Na madrugada de 13 de junho (ainda era noite do dia 12 no Brasil), Israel lançou a “Operação Leão Ascendente”, visando o programa nuclear iraniano com centenas de ataques aéreos. Desde que o presidente Donald Trump retirou em 2018 os Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, assinado durante o governo de Barack Obama e que limitava seu enriquecimento de urânio em troca do alívio das sanções econômicas, o governo iraniano passou a acumular material em níveis próximos aos necessários para a produção de armas nucleares.
Teerã alega que seu programa tem fins exclusivamente energéticos, mas países ocidentais e a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) desconfiam que esteja tentando desenvolver uma bomba atômica.
O Irã respondeu à investida em menos de 24 horas, prometendo “abrir as portas do inferno” e lançando mais de 100 mísseis contra o território israelense. Segundo o regime dos aiatolás, os ataques do Estado judaico violaram sua soberania e o direito internacional.
Nos dias seguintes, Tel Aviv e Teerã continuaram a trocar ataques sem sinal de arrefecimento. Ambas as partes registraram vítimas e admitiram que diversas instalações foram atingidas, mas disseram que os danos foram limitados.
Pelo menos 224 pessoas morreram desde o início dos bombardeios israelenses contra o Irã na sexta-feira, 90% delas civis, segundo a mídia estatal iraniana, enquanto a retaliação do regime dos aiatolás fez ao menos 24 mortos em Israel.