A semana começou com dois focos de tensão no exterior que imediatamente repercutiram nos mercados — e, por consequência, na B3. No programa Mercado (assista ao vídeo acima), apresentado por Veruska Donato, o analista Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, avaliou que o cenário na Venezuela e a possibilidade de alta de juros no Japão reacenderam a aversão a risco global.
O New York Times revelou que Donald Trump teria dado um ultimato a Nicolás Maduro em conversa telefônica, pressionando o ditador venezuelano a deixar o país sob ameaça de uma escalada militar no Caribe. Pouco depois, Maduro reagiu com um comício em Caracas, num discurso de tom populista e nacionalista. Para Labarthe, a retórica pública do líder chavista contrasta com o que se articula longe das câmeras.
Maduro negocia nos bastidores?
Segundo o analista, apesar do discurso inflamado, há sinais de que o regime tenta uma saída negociada. “Há notícias de que, nos bastidores, ele já busca algum tipo de negociação com Trump”, afirmou. Labarthe lembrou que a crise venezuelana tem provocado um êxodo regional visível no Brasil e em países vizinhos — um indicador, diz ele, de que “as coisas definitivamente não vão bem por lá”.
Mais do que instabilidade política, o risco agora é de desdobramentos econômicos e diplomáticos que atinjam diretamente o Brasil. O país, destaca o analista, continua sem receber os valores emprestados ao governo chavista nos anos anteriores. “Tomara que isso não respingue no Brasil — seja em comércio, circulação de navios no Caribe ou até num eventual pedido de asilo”, disse.
O que o Japão sinalizou — e por que isso bagunçou as bolsas?
O segundo ponto de atenção veio de Tóquio. O presidente do Banco Central do Japão (BoJ) indicou que pode elevar os juros para conter uma inflação que, segundo analistas, está “fora de controle”. A simples menção a um aperto monetário — raro na economia japonesa — balançou os mercados globais e pesou sobre a bolsa brasileira.
“Esse tipo de sinalização muda fluxo, mexe com moedas e impacta ativos de países emergentes. Aqui não é diferente”, afirmou Labarthe.
Vai ter impacto no Brasil?
A resposta é direta: sim, se o nervosismo externo persistir. Labarthe explicou que o Brasil pode sentir reflexos tanto no câmbio quanto nos preços de commodities, caso o medo de instabilidade aumente. Ele citou ainda que rotas aéreas e marítimas no Caribe já vêm sofrendo alterações e que qualquer escalada envolvendo EUA e Venezuela pode gerar efeitos colaterais.
“O Brasil é a principal economia da região e precisa acompanhar de perto. O ideal é que não sejamos envolvidos em nenhuma etapa desse conflito”, avaliou.
VEJA+IA: Este texto resume um trecho do programa audiovisual Mercado (confira o vídeo acima). Conteúdo produzido com auxílio de inteligência artificial e supervisão humana.