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Camila Márdila: conheça atriz que virou coadjuvante de luxo do cinema nacional

Lançado nos cinemas na última quinta-feira, 27, A Natureza das Coisas Invisíveis tem ganhado destaque entre a crítica por sua originalidade e sensibilidade temática. Foi eleito o melhor filme brasileiro na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e venceu o Prêmio Prisma Queer no festival. Primeiro longa da diretora e roteirista Rafaela Camelo, a trama acompanha a história de duas meninas de dez anos que se conhecem em um hospital e lidam com descobertas acerca de temas como a vida, a finitude e o luto. A atriz Camila Márdila, conhecida por obras como Que Horas Ela Volta? e Ângela Diniz: Assassinada e Condenada, além da participação marcante no oscarizado Ainda Estou Aqui, estrela a produção no papel de Simone, mãe da menina Sofia, e conta a VEJA sobre sua carreira no cinema e projetos futuros:

Como participar de Que Horas Ela Volta? mudou sua carreira? Esse filme inaugurou o meu momento no audiovisual. Eu já trabalhava com teatro havia algum tempo, porque comecei ainda criança, mas, profissionalmente, já tinha uns cinco anos que eu estava fazendo peças. Eu já tinha me mudado de Brasília, que é a minha cidade natal, e estava fazendo teatro no Rio de Janeiro, até que surgiu o teste pro Que Horas Ela Volta. A partir do momento que o filme aconteceu e foi lançado, em 2015, oportunidades no audiovisual começaram a surgir pra mim. Acho que quando você aparece num filme, é sempre uma maneira de ir chamando outros trabalhos. Você se apresenta para o universo do audiovisual e foi realmente uma mudança gigantesca, algo que, muitas vezes, a gente fica ali sonhando na expectativa de que aconteça.

Como você se norteia na escolha dos seus projetos — em especial esse seu trabalho mais recente? O Natureza das Coisas Invisíveis é um filme extremamente particular, que não se pretende a ser nada além do que ele é. Ele realmente tem se apresentado na sua trajetória como um filme que toca muito as pessoas, acho que não só pelo lado extremamente emocionante dele, mas também por uma forma que é muito própria do filme e sua função, do tempo dele, do elenco, da forma como as cenas acontecem. A gente vive naturezas muito diferentes em cada projeto e o que acaba guiando essas escolhas varia bastante. Eu sempre olho muito para a história, para a personagem, para a equipe que está compondo o projeto, para o sentido que aquilo faz ali no momento da vida. Eu fico muito feliz de poder estar sempre mantendo diferentes naturezas de trabalhos sendo feitos e estreando. Agora, estreando a série da Ângela Diniz e ao mesmo tempo o meu curta-metragem Sandra, me vejo entre esse filme independente, uma série de streaming e um projeto de autoria minha e gosto muito de poder passear por esses diferentes formatos, porque acho que isso realmente ativa lugares diferentes da nossa atuação. No ano passado, estreei Ainda Estou Aqui e um outro filme também independente, A Vilã das Nove, e é assim que vou conduzindo a minha carreira.

Quais foram as principais diferenças entre conciliar um projeto independente como o Natureza das Coisas Invisíveis e uma produção de streaming como Ângela Diniz: Assassinada e Condenada? O Natureza foi um filme com um desenho de produção que eu sinto que faz muito dessa produção independente mesmo. Esse é um filme protagonizado por duas crianças, então teve um cuidado, um respeito e uma maneira de realizar esse filme que foram muito importantes para que ele pudesse acontecer da forma que aconteceu. Às vezes o audiovisual quer trabalhar com criança, mas também não quer mudar a sua forma para abrigar um elenco infantil e eu acho que o Natureza realmente teve uma forma muito aconchegante e preparada para poder realizar esse tipo de trabalho, porque você chega em cena com criança e precisa descobrir ali no momento também o que funciona e o que não funciona. Já com o Ângela, tiveram muitas novidades e relações inauguradas, foi uma descoberta de uma nova equipe e tinha também a questão do podcast. Eu já era muito fã do Praia dos Ossos, então quando eu soube que a série ia ser realizada, fiquei muito entusiasmada para que tivesse algo ali em que eu pudesse estar junto para contar essa história. Eu achei a ideia genial e acredito que é mais uma forma de apresentar o absurdo dessa história e evidenciar toda essa tragédia envolvendo um feminicídio marcante e que movimentou tantas coisas. E poder testemunhar o escancaramento do machismo, da hipocrisia e de feridas que temos profundamente na nossa sociedade e que reverberam ainda muitíssimo nos dias de hoje, mesmo sendo uma história dos anos 70, é muito importante.

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