Fala, pessoas!
Todo ano, o Dicionário de Cambridge e outras instituições escolhem uma “palavra do ano”, que geralmente reflete um fenômeno cultural, social ou comportamental marcante daquele período.
Em 2022, a palavra foi “gaslighting”. Em 2023, “hallucinate” (referência ao fenômeno em IA generativa). Em 2024, “brain rot”, um termo usado para descrever o excesso de consumo de conteúdo raso. Agora, em 2025, a palavra eleita foi “parassocial” e talvez essa escolha surpreenda muita gente. Mas vou te mostrar por que ela faz todo sentido.
O que significa “parassocial”?
O termo “parassocial” descreve aquele tipo de relação emocional que uma pessoa sente com alguém famoso, distante ou até fictício, como um personagem de série, livro, jogo, ou até mesmo com uma inteligência artificial.
A pessoa acompanha, torce, sofre, defende, comenta… como se conhecesse de verdade aquela figura. Só que, e aqui está o ponto-chave, essa relação só existe de um lado. O admirado nem sabe da existência de quem o admira.
Exemplos de relação parassocial
Quem nunca ouviu (ou disse) algo como:
“Nossa, o fulano nunca faria isso!”
Mas o fulano é um personagem de série.
Ou então:
“Ah, o influencer tal é super do bem!”
Mesmo sem ele nunca ter respondido um story seu ou saber quem você é.
A origem da palavra
Do ponto de vista linguístico, “parassocial” vem do grego “para” (ao lado de) + “social”. Ou seja, é uma relação quase social, mas que só existe e acontece de verdade para um dos lados. O lado do fã.
Um retrato do nosso tempo
Essa escolha diz muito sobre o mundo em que vivemos.
Vivemos conectados, mas muitas vezes em relações unilaterais, onde o envolvimento é real pra quem sente, mas invisível pra quem é o alvo da conexão.
A palavra pode ser nova no vocabulário de muita gente aqui, mas o fenômeno é antigo, só ficou mais forte com redes sociais, streamings e, agora, com inteligências artificiais que conversam com a gente, respondem e até “parecem” nos conhecer de verdade.
Vale refletir:
Quem são as suas figuras parassociais hoje?
Será que, às vezes, não esquecemos de valorizar as relações reais, que são as sociais de verdade?
Fica aqui a dica de português e de vida.
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Vamos que vamos!
Professor Noslen Borges
Revisão textual: Profª. Ma. Glaucia Dissenha