Em sua primeira viagem internacional, o papa Leão XIV condenou nesta sexta-feira, 28, violências praticadas em nome da religião. A declaração, feita em Iznik, na Turquia, ocorreu durante uma celebração dos 1.700 anos do Primeiro Concílio de Niceia, quando diversas lideranças se reuniram para alcançar consensos dentro da Igreja.
“Devemos rejeitar veementemente o uso da religião para justificar guerra, violência ou qualquer forma de fundamentalismo ou fanatismo”, afirmou Leão. Segundo ele, “os caminhos a seguir são os de encontro fraternal, diálogo e cooperação”.
+ Papa Leão XIV chega à Turquia para primeira viagem internacional; entenda escolha
A celebração desta sexta ocorreu nas proximidades das ruínas arqueológicas da histórica Basílica de São Neófito, reunindo líderes da Turquia, Egito, Síria, Israel, entre outros, para proferir orações em inglês, grego e árabe.
Essa foi a primeira vez que Leão discursou fora da Itália desde que se tornou o líder do catolicismo, e o encontro em Iznik é a principal razão para a visita à Turquia, que começou na quinta-feira, 27, e terá duração de quatro dias. De lá, ele segue ao Líbano.
“Hoje, toda a humanidade, afligida pela violência e conflito, clama pela reconciliação”, declarou à frente de centenas de fiéis que se reuniram ao redor do Lago Iznik,
No pontapé da visita, Leão conheceu o presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, em Ancara. Ele também visitará a Mesquita Azul, como fizeram outros papas.
A viagem — planejada por Francisco, mas não realizada devido aos seus problemas de saúde — buscará destacar a importância da união, do respeito e do diálogo inter-religioso. Mais comedido que seu antecessor, o pontífice enfrentou críticas de conservadores e progressistas desde que foi eleito em maio.
Já no Líbano, ele participará de encontros com outros líderes espirituais. Embora de maioria muçulmana, um terço da população libanesa é cristã. No último dia da viagem, o líder de Santa Sé comandará uma missa na orla de Beirute, no local da explosão portuária de 2020. Ele rezará pelas mais de 200 pessoas que morreram e pelas outras 7.000 que ficaram feridas. Leão visitará, ainda, um hospital psiquiátrico administrado pela Igreja Católica no país.
