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Vídeo: militares israelenses matam palestinos a tiros momentos após rendição

Um vídeo de uma operação militar israelenses na Cisjordânia ocupada mostra soldados matando a tiros dois palestinos que haviam sido detidos poucos momentos antes. O caso, segundo o jornal britânico The Guardian, aconteceu na última quinta-feira, 27, e foi testemunhado por jornalistas próximos ao local.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) emitiram um comunicado admitindo que dois homens foram baleados durante uma operação conjunta com a polícia de fronteira israelense nos arredores de Jenin. O comunicado afirma que o tiroteio “está sendo investigado pelos comandantes no local e será encaminhado aos órgãos profissionais competentes”.

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As imagens, que circularam amplamente na mídia israelense e árabe, mostram soldados israelenses cercando o que parece ser um depósito. Militares então usam uma escavadeira para arrombar um portão, de onde dois homens saem rastejando para fora do prédio e se rendem de joelhos, levantando as camisas para mostrar que estão desarmados.

Homens uniformizados, identificados pela mídia israelense como policiais da guarda de fronteira de Israel, se aproximam e um deles chuta os homens e, em seguida, ordena que voltem para dentro do prédio. Enquanto as vítimas rastejam, os cinco policiais levantam suas armas e os dois palestinos caem no chão.

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Nova operação

Na quarta-feira, as forças israelenses lançaram uma nova operação militar no norte da Cisjordânia. De acordo com Tel Aviv, a incursão teria o objetivo de impedir que “o terrorismo se instale” na região. Autoridades palestinas afirmaram que o alvo principal era a cidade de Tubas.

Embora seja reconhecida internacionalmente como um território palestino, a Cisjordânia vive sob ocupação militar israelense desde 1967. A Autoridade Palestina tem controle direto sobre algumas cidades, mas muitas estão isoladas entre assentamentos populados por 700 mil colonos judeus, considerados ilegais à luz do direito internacional.

Nos últimos meses, a violência tem escalado na região. Episódios de ataques promovidos por colonos israelenses contra comunidades palestinas atingiram números sem precedentes: a ONU registrou 264 ataques só em outubro, o recorde mensal da série histórica, que começou há duas décadas. Embora as agressões tenham sido criticados pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, os colonos raramente são presos ou enfrentam algum tipo de represália. Segundo levantamento recente, apenas um em vinte processos abertos por crimes desta natureza resultam em acusações concretas.

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Atualmente, cerca de 3 milhões de palestinos vivem na Cisjordânia, cuja livre circulação foi drasticamente reduzida desde o dia 7 de outubro de 2023, data dos ataques do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, contra Israel. Desde então, Tel Aviv instalou novos postos de controle ao longo do território e efetivamente isolou algumas comunidades palestinas por meio de portões e bloqueios de estradas.

Um relatório divulgado pela Human Rights Watch (HRW) na semana passada revelou que 32 mil palestinos foram expulsos pelo Exército de Israel de três campos de refugiados na Cisjordânia entre janeiro e fevereiro deste ano. A remoção forçada da população, segundo a ONG, configura crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

“No início de 2025, as autoridades israelenses removeram à força 32 mil palestinos de suas casas em campos de refugiados na Cisjordânia, sem levar em consideração as proteções legais internacionais, e não permitiram seu retorno”, afirmou Nadia Hardman, pesquisadora sênior de direitos dos imigrantes da HRW. “Com a atenção global voltada para Gaza, as forças israelenses cometeram crimes de guerra, crimes contra a humanidade e limpeza étnica na Cisjordânia, que devem ser investigados e os responsáveis ​​processados”, ela acrescentou.

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O documento de 105 páginas analisou imagens de satélite, ordens de demolição emitidas pelas Forças Armadas israelenses, vídeos de operações militares e entrevistou 31 refugiados deslocados dos campos de Jenin, Tulkarem e Nur Shams. Os palestinos foram obrigados a deixar suas casas enquanto a atenção do mundo estava voltada para a guerra em Gaza, e até hoje não foram permitidos a voltar.

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