Uma das passagens que marcou a semana em Três Graças, novela das 9 da Globo, foi o momento em que Viviane (Gabriela Loran) conta a Leonardo (Pedro Novaes) que passou pela transição de gênero. O trecho ganhou grande repercussão nas redes sociais pela atuação e entrega dos dois atores na cena. No entanto, a discussão sobre a revelação feita por Viviane já vinha sendo discutida desde quando os dois personagens começaram a se aproximar. Vendo o debate crescer, Loran decidiu se manifestar, defendendo a forma como a história está sendo contada.
No vídeo publicado no Instagram, a atriz refletiu sobre como a narrativa das novelas é vista historicamente. “Nosso olhar está tão condicionado ao clichê que foi pré-estabelecido na teledramaturgia sobre pessoas trans que a gente está reproduzindo esse mesmo preconceito. A teledramaturgia é a representação ficcional do que a gente vive diariamente. Da realidade das pessoas. Três Graças é um novelão porque ele está trazendo temas atuais e pautas reais. Para que isso aconteça, a gente precisa seguir uma linha verossímil para que as pessoas que assistam consigam se conectar”, disse Gabriela.
Na sequência, a intérprete de Viviane defende sua personagem, enquanto muitos a acusam de enganar Leo: “Todos os vídeos me perguntam: ‘ele já sabe que ela é trans?’, ‘ela já contou para ele?’. Vamos entender uma coisa: primeiro a gente precisa assistir à novela para entender o contexto que esses personagens estão inseridos. Viviane trabalha em uma farmácia que está distribuindo medicamentos falsificados da empresa de Feretti (Murilo Benício). Leonardo é filho do Feretti. Vivane não está enganando nem mentindo para Leonardo. Se tem alguém mentindo ou enganando aqui é Leonardo. Ele só se aproximou porque o pai indicou”.
Ainda na publicação, Gabriela destaca que a personagem escrita por Aguinaldo Silva é bem resolvida sobre quem é e lembra de uma cena que contracenou com Xamã. “Ela tem muito orgulho, e isso a gente já viu sendo representado na cena com Bagdá, quando ele a chama pelo nome morto. O que ela faz? Devolve o constrangimento e a transfobia para a boca de quem cometeu”, recorda ela, reforçando a essência dos folhetins. “Para existir novela tem que existir conflito”, completou.