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O modus operandi de pastor que extorquia empresas em volta de refinaria para o CV

Uma operação da Polícia Civil do Rio que mira a prática de extorsões sistemáticas no entorno da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), nesta quinta-feira, 27, trouxe à tona um personagem inusitado na engrenagem do Comando Vermelho. Um pastor atuava como representante da facção nas empresas da região, forçadas a pagar valores mensais aos criminosos. Tudo isso sob ameaças de incêndios a caminhões, agressões a funcionários, interrupção violenta das atividades produtivas e impedimento de acesso às instalações industriais.

Preso na operação, o pastor ia pessoalmente a essas companhias e, se valendo da fachada de líder comunitário e religioso, ditava as regras impostas por Joab da Conceição Silva, chefe do tráfico de drogas na região. Entre elas estão a proibição de permanência dos caminhões nos pátios, a imposição de contratação de moradores específicos ligados aos traficantes, e a oferta de “mediação” para evitar represálias.

A companheira de Joab foi uma das pessoas assim contratadas. Ela cumpria função fora de critérios técnicos, somente por imposição do crime. A polícia apurou que a mulher entrou na companhia poucos dias antes do ataque à 60ª DP (Campos Elíseos), em fevereiro deste ano, comandado pelo chefe do CV na área.

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Preso com granadas em MG

O mesmo pastor, que não teve o nome revelado, já havia sido preso, no início deste mês, na cidade de Betim, em Minas Gerais, transportando uma pistola, seis granadas artesanais, munições e valores em espécie. Ele admitiu ter saído de Duque de Caxias com os explosivos para intimidar e interromper os serviços na Refinaria Gabriel Passos (Regap): o pretexto era apoiar um “movimento grevista”, que tinha à frente sindicatos alinhados ao grupo criminoso. Ele estava num carro junto com o presidente de uma associação de empresas de transporte de combustível, revelando a participação direta de sindicatos e entidades formais nessa cadeia.

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Segundo a investigação, o uso de artefatos explosivos faz parte do modus operandi de ameaçar empresas e trabalhadores por meio de atentados, um risco ao transporte nacional de combustíveis.

Controle dentro das indústrias

Por causa de ameaças frequentes, empresas já chegaram a interromper suas operações por dias, como já relatado formalmente por seus representantes. Esse regime de opressão tinha ainda o apoio de sindicatos e associações que, na verdade, só servem ao crime.  Integrantes da quadrilha também se infiltravam nas indústrias para controlar as contratações. Além de indicar candidatos, eles cobravam por vagas de emprego. A presença desse braço do CV no interior do polo industrial era constante.

A operação Refinaria Livre foi realizada por policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-CAP), da Baixada Fluminense (DRE-BF) e da 60ª DP. Até esta amanhã, três pessoas foram presas. “Tenho certeza que, com a prisão desses criminosos, vamos avançar nos trabalhos de investigação e acabar com a extorsão a empresas na região”, prometeu o governador Cláudio Castro (PL).

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