O Grupo Fit, dono da Refit, refinaria de petróleo de Manguinhos, no Rio de Janeiro, é alvo de uma operação coordenada por uma força tarefa que investiga fraudes no setor de combustíveis, na manhã desta quinta-feira, 27.
Os agentes da atuação Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e dos Ciras – comitês de recuperação de ativos nos estados – cumprem mandados de busca em apreensão no Rio e também nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e no Distrito Federal.
Ao todo, 190 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas são suspeitos de integrarem um esquema de sonegação fiscal, adulteração de produtos e ocultação de patrimônio.
O grupo Fit pertence a Ricardo Magro, advogado controverso, que mora nos Estados Unidos e, há anos, mantém litígios com a União e outras esferas do poder público. A Refit mantém uma dívida de 25 bilhões de reais,o que coloca a empresa na condição de o maior devedor contumaz do Brasil, categoria reservada às empresas que fazem da inadimplência uma forma de gestão, ao deixar de recolher os impostos para, em seguida, contestá-los na Justiça.
Segundo as autoridades, o grupo Fit mantém um esquema de sofisticado de fraude que abrange todos os níveis da cadeia de combustíveis, da importação ao consumidor final. Diversas outras empresas do setor financeiros estariam envolvidas, formando um mecanismos que soma bilhões de reais que passam por fundos de investimentos e gestoras de capital. O intrincado caminho do dinheiro, segundo as investigações, dificultaria a identificação dos beneficiários.
Em nota, a receita Federal destavou que 17 fundos foram identificados, somando um aptrimônio líquido de 8 bilhões. “Em sua maioria, são fundos fechados com um único cotista, geralmente outro fundo, criando camadas de ocultação. Há indícios de que as Administradoras colaboraram com o esquema, omitindo informações do fisco, disse o órgão.
O esquema de sonegação contumaz da Refit funcionaria com a importação de combustíveis. Nos últimos cinco anos a refinaria teria gasto 32 bilhões de reais com esse tipo de operação usando laranjas. Assim, deixava de recolher impostos. No total, a movimentação financeira chegava a 70 bilhões de reais com a utilização de empresas off shore, que incluía uma petroleira no exterior.