O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), aproveitou nesta quarta-feira, 26, a cerimônia de sanção da lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais para reforçar a necessidade de articulação com o Congresso. Em discurso no Palácio do Planalto, Haddad atribuiu a Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP) papel decisivo na tramitação do projeto, embora ambos tenham decidido não comparecer ao evento.
Segundo o ministro, o avanço da proposta só foi possível graças ao empenho dos presidentes das duas Casas Legislativas. “Sem o trabalho deles, seria impossível celebrar este ano e implementar o Imposto de Renda zero a partir do ano que vem. Queria dizer a eles que o Brasil precisa muito deles”, afirmou. Haddad acrescentou ainda que, em 2025, o governo dependerá “da atenção e da liderança” dos dois parlamentares para concluir a agenda econômica considerada prioritária.
A ausência de Motta e Alcolumbre foi interpretada como um sinal de desgaste na relação com o Planalto. Ambos estão em Brasília, mas optaram por cumprir outras agendas no horário da cerimônia. Nos bastidores do Congresso, o gesto foi lido como um recado ao governo sobre o clima de insatisfação com a condução política e com conflitos recentes envolvendo a base governista.