O investimento bilionário do RioPrevidência, fundo estadual de aposentadorias e pensões, no Banco Master pode virar objeto de uma CPI na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O deputado estadual Flavio Serafini (Psol) protocolou projeto de resolução para instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a apurar esses aportes e também os realizados por outras instituições públicas, como a Cedae. A proposta ainda precisa ir a plenário.
O RioPrevidência fala em cerca de um bilhão de reais investidos, mas o Tribunal de Contas do Estado (TCE) já apontou R$ 2,6 bilhões no Master e em fundos associados. Para Serafini, presidente da Comissão de Servidores da Alerj, entre os pontos centrais que precisam de investigação estão os efeitos sobre a solvência do Rioprevidência, a segurança dos ativos destinados ao pagamento de aposentadorias e pensões, e a responsabilidade de gestores públicos envolvidos nas decisões de investimento.
De acordo com a autarquia estadual, o pagamento das aposentadorias não está ameaçado após a liquidação extrajudicial do Master.
O deputado de oposição ao governo de Cláudio Castro (PL) alega que o estado teve um prejuízo bilionário “porque agentes descumpriram normas que protegem os recursos públicos e ignoraram alertas dos órgãos de controle”. E acrescenta: “Está evidente que houve um direcionamento para favorecer o Banco Master. Precisamos entender os impactos nas contas públicas e nos direitos dos servidores, além de identificar a cadeia de comando para que o Rio deixe de ser saqueado por quadrilhas de colarinho branco”, disse o parlamentar, que presidiu a CPI do RioPrevidência entre 2019 e 2021.