O Vaticano alertou nesta terça-feira, 25, contra o poliamor e defendeu que o casamento é uma “uma unidade indissolúvel”. A nota doutrinal do Dicastério para a Doutrina da Fé (DDF), aprovada pelo papa Leão XIV, tem como título “Una caro. In Praise of Monogamy” (algo como “Uma carne. Em Louvor à Monogamia” em tradução livre). O texto estabeleceu que, em uma relação, as duas pessoas decidem se entregar uma à outra e que, caso não haja exclusividade, não há respeito pela dignidade do parceiro.
Ao longo de sete capítulos, o documento argumentou que a monogamia não deve ser vista como uma limitação, mas como “a possibilidade de um amor que se abre para a eternidade”, de acordo com o Vatican News, portal de notícias da Santa Sé. A ideia é que “o pertencimento mútuo próprio do amor recíproco exclusivo exige um cuidado delicado, um temor sagrado de violar a liberdade do outro, que possui a mesma dignidade e, portanto, os mesmos direitos”.
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Além disso, a nota apontou que aquele que ama entende que “o outro não pode ser usado como meio para resolver as próprias frustrações” e advertiu sobre casos de abuso dentro do matrimônio, condenando “as muitas formas de desejo doentio que levam à violência explícita ou sutil, à opressão, à pressão psicológica, ao controle e, em última instância, à asfixia”.
O texto também salientou que a sexualidade une “corpo e alma”, não uma válvula de escape. É definida como “um dom maravilhoso de Deus” compartilhado por duas pessoas, que pode levar ao nascimento de filhos, “embora isso não signifique que todo ato sexual deva visar explicitamente à procriação”. Por fim, o documento determinou que “todo casamento autêntico é uma unidade composta por duas pessoas, que requer uma relação tão íntima e totalizante que não pode ser compartilhada com outros”.