As sombras que pairam sobre o mercado de trabalho americano se tornam um pouco mais densas. Segundo estimativas preliminares da ADP, a economia dos Estados Unidos perdeu, em média, 13.500 vagas por semana no setor privado durante as quatro semanas encerradas em 8 de novembro. Um salto incômodo em relação ao período de quatro semanas anterior, quando a média de cortes semanais havia sido de meros 2.500 postos. O dado é um indicador semanal que tenta oferecer alguma visibilidade num momento em que a estatística pública ainda lida com inconsistências devido ao shutdown.
A ADP tem divulgado o relatório três vezes por mês, preenchendo o vácuo informacional deixado pela ausência dos dados oficiais do governo, atrasados pela paralisação de 43 dias, a mais longa já registrada, encerrada apenas em 12 de novembro.
No relatório mensal da ADP, publicado em 5 de novembro, o setor privado havia criado 42 mil vagas em outubro, um número modesto, mas ainda positivo. A estatística contrasta com outra peça do quebra-cabeça: empresas americanas cortaram mais de 150 mil empregos no mesmo mês, o maior volume de demissões para outubro desde 2003. O descompasso entre criação líquida e anúncios de corte sugere que a desaceleração está se espalhando de forma desigual.