A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta segunda-feira, 24, uma ampla reformulação nas suas principais competições de futebol feminino, a partir da temporada 2026. O novo ciclo, que se estende até 2029, visa o desenvolvimento, a profissionalização e o aumento de partidas e clubes nas três divisões do Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.
As mudanças estruturais preveem um aumento no número de clubes e de datas, além da padronização dos formatos de disputa entre as séries nacionais. Na elite, o Brasileirão Feminino Série A1 passará de 16 para 18 clubes em 2026, com a expectativa de alcançar 20 equipes até 2027. O calendário da Série A1 em 2026 começará em 15 de fevereiro e será encerrado em 4 de outubro. Como resultado direto da expansão, o total de partidas na primeira divisão aumentará de 134 para 167 duelos. O formato de disputa da A1 será mantido, com turno único seguido de mata-mata para os oito melhores classificados.
O presidente da CBF, Samir Xaud, ressaltou que a reformulação é um marco para a modalidade. “Faço questão de deixar claro que a casa do futebol brasileiro também é das mulheres”, afirmou o dirigente. Xaud destacou que o processo de mudança foi construído após análise e diálogo com especialistas, federações, clubes e jogadoras.
Nas divisões de acesso, o crescimento no volume de partidas é ainda mais acentuado. A Série A2 será uma das mais modificadas, passando de 70 para 134 partidas. O campeonato abandonará o formato de grupos e adotará o grupo único em turno único, espelhando o modelo da Série A1. A competição terá 21 datas no calendário.
Já a Série A3 também terá um aumento considerável, saltando de 78 para 126 partidas. O formato da primeira fase deixará de ter jogos apenas de turno e passará a ser disputado em turno e returno, garantindo um mínimo de seis partidas por clube. As datas reservadas à A3 aumentarão de 11 para 14. No total, as três divisões do Campeonato Brasileiro somarão mais de 400 jogos.
A Copa do Brasil Feminina também foi reestruturada. O torneio terá 66 clubes participantes e verá um aumento no total de partidas, passando de 64 para 72 jogos. Uma alteração importante no formato é que as quartas de final, semifinais e a final, que antes eram disputadas em jogo único, passarão a ser realizadas em partidas de ida e volta. O campeonato será antecipado para 22 de abril e terá um total de 11 datas.
Xaud enfatizou que as alterações visam o crescimento da modalidade em todas as esferas: “As mudanças apresentadas vão muito além do calendário, estamos aumentando as cotas e as premiações dos clubes de todas as competições”. Ele acrescentou que o novo modelo é um “crescimento sustentável”, alinhado aos calendários internacionais da Fifa e da Conmebol, proporcionando mais previsibilidade aos clubes de elite e mais chances para a base da pirâmide do futebol feminino. A CBF também garantiu a transmissão de 100% das partidas da Série A1, reforçando a visibilidade.
Para dar uma dimensão da ampliação do calendário, o volume total de partidas no futebol feminino brasileiro, incluindo a base, deve aumentar em aproximadamente 52% até 2026, atingindo cerca de 700 jogos.