O delegado Luiz Alberto Braga de Queiroz — que atirou na perna de um morador de Fernando de Noronha — foi denunciado à Justiça pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, omissão de socorro e abuso de autoridade. O MP também solicitou que o agressor seja afastado do cargo de delegado e que ele fique proibido de usar armas de fogo até o final do caso.
A denúncia foi feita após a Polícia Civil concluir uma investigação e indiciar Braga de Queiroz por lesão corporal gravíssima, no dia 30 de maio. A ação do MP ainda não foi recebida pelas autoridades competentes, que têm 15 dias para avaliar e decidir se abrirá um processo penal contra ele.
A vítima, o vendedor ambulante Emmanuel Apory, 26, teve de amputar a perna acima do joelho no dia 17 de maio em decorrência do grave ferimento sofrido. Ele recebeu alta do Hospital da Restauração, principal unidade de saúde para traumas da capital pernambucana, há três semanas.
O jovem foi baleado pelo delegado após uma discussão, supostamente motivada por ciúmes da namorada do policial. Em um vídeo de câmera de segurança (assista abaixo), Braga de Queiroz aparece em local, aguardando Apory aparecer. Quando a vítima chega ao local, ele mostra a arma, empurra o jovem e começa a tirar satisfações. O vendedor reage com agressão física e acaba baleado. Ele tenta fugir, mas cai no chão.
Braga de Queiroz estava em Fernando de Noronha para cobrir as férias do delegado titular da ilha. Antes, ele era lotado no Departamento de Investigações sobre Crimes Patrimoniais (Depatri), na zona oeste da capital pernambucana.
Atualmente, Braga de Queiroz já está afastado do cargo e sem permissão para usar armas, sob efeito de uma portaria específica, determinada pela Secretaria de Defesa Social (SDS), que abriu um procedimento administrativo para investigar a conduta dele. Ele também é obrigado a comparecer diariamente à diretoria de Recursos Humanos da Polícia Civil. Os impeditivos valem por 120 dias e podem ser prorrogados por prazo igual.
Os advogados de defesa do delegado entraram, na última sexta-feira, 13, com um pedido para suspender tais portarias, o que ainda vai ser analisado e está a cargo da 6ª Vara da Fazenda Pública do Recife, segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE).
Assista ao registro de uma câmera de segurança: