Um ataque de Israel contra Teerã atingiu o complexo de estúdios do canal de notícias estatal iraniano IRINN nesta segunda-feira, 16. Uma forte explosão foi ouvida enquanto uma apresentadora fazia uma transmissão ao vivo, na qual criticava Israel, segundo a mídia iraniana, que compartilhou um vídeo do momento.
O complexo de prédios da IRINN, parte da estatal Radiofusão da República Islâmica do Irã (IRIB), fica nos arredores do bairro de Vali-e Asr, um dos mais movimentados da capital iraniana. Não há informações oficiais sobre vítimas.
Mais cedo, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, havia dito que o “veículo de propaganda e incitação iraniana está a caminho do desaparecimento” e que “a retirada dos moradores próximos já começou”.
Também nesta segunda, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o Exército do país conquistou o “controle total” do espaço aéreo de Teerã e alertou os habitantes da capital iraniana para deixarem suas casas. Israel Katz prometeu que a cidade “vai arder” se mais mísseis forem disparados contra cidades israelenses. No entanto, a República Islâmica não deu sinais de arrefecimento, prometendo uma “resposta mais severa e poderosa” e ameaçando atacar navios e bases militares de aliados israelenses.
Escalada de hostilidades
As ameaças mútuas aumentam os riscos de uma escalada dramática no conflito. Negociações entre Estados Unidos e Irã que ocorreriam no final de semana em Omã foram abandonadas – Teerã falou em diplomacia “sem sentido”.
Na manhã de domingo, ambos os lados lançaram uma nova onda de ataques, com as forças israelenses afirmando atingir alvos militares em Teerã e o prédio do Ministério da Defesa, enquanto mísseis iranianos penetravam as defesas aéreas no norte e centro de Israel.
Líderes iranianos mantiveram uma postura desafiadora. O presidente, Masoud Pezeshkian, prometeu que a continuação dos ataques israelenses produziria uma “resposta mais severa e poderosa”, o novo comandante da Guarda Revolucionária prometeu que suas forças “abririam as portas do inferno” para Israel, e a mídia estatal iraniana citou autoridades alertando os Estados Unidos, o Reino Unido e a França de que suas bases militares e navios seriam alvos legítimos caso ajudassem a abater mísseis e drones iranianos.
Ir até o fim com a ameaça seria uma aposta de alto risco, arrastando forças ocidentais para o conflito, quando o Irã já está sofrendo com bombardeios israelenses contínuos.
Em uma sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas na sexta-feira, o diplomata americano McCoy Pitt alertou: “Nenhum representante do governo ou ator independente deve atingir cidadãos, bases ou infraestruturas americanas na região. As consequências para o Irã seriam terríveis.”