Poucas horas após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro ser decretada, Eduardo Bolsonaro (PL) fez um longo pronunciamento nas redes sociais acusando o ministro Alexandre de Moraes de estar tentado “concluir o que Adélio Bispo começou’, em referência à tentativa de assassinato do ex-presidente durante a campanha eleitoral de 2018. “O que aconteceu hoje foi uma prisão preventiva, não o início de qualquer sentença relacionada ao chamado caso do ‘golpe da Disney’, atestou ele no X.
Em inglês, o deputado federal reforçou a narrativa do autoritarismo judiciário, defendida pelos apoiadores do ex-presidente, e minimizou as alegações para a prisão. “Moraes tratou uma simples vigília de oração, convocada pelo meu irmão, o senador Flavio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, como se fosse um ato criminoso. É uma completa loucura. Como a história demonstra repetidamente, quando figuras autoritárias não conseguem silenciar opositores políticos por meio de perseguição legal, elas intensificam suas ações”, escreveu ele na rede sociail.
O filho de Bolsonaro ainda atestou que o presidente do STF “ultrapassou em muito os limites razoáveis” ao decretar a prisão de “um ex-presidente de 71 anos” que “já está em prisão domiciliar, usando tornozeleira eletrônica, e sendo monitorado pela polícia 24 horas por dia”. “Este é o tipo de escalada sobre a qual a história nos alerta. Quando os regimes falham em derrotar seus oponentes politicamente, tentam fazê-lo fisicamente”, escreveu ele, dizendo ainda que o Brasil “está testemunhando um nível de abuso institucional que deveria alarmar qualquer pessoa que valorize a democracia e a dignidade humana básica”.
Por que Jair Bolsonaro foi preso?
O ex-presidente foi preso na manhã deste sábado, a pedido da Polícia Federal, diante do risco de fuga e pela garantia da ordem pública, após Flávio Bolsonaro ter convocado uma vigília para a portaria do condomínio onde o pai dele estava preso. Bolsonaro foi levado para a superintendência da Polícia Federal em Brasília.
Na decisão proferida neste sábado, o ministro Alexandre de Moraes aponta que o Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal alertou o STF sobre a ocorrência de “violação do equipamento de monitoramento eletrônico” usado pelo ex-presidente. A possível ruptura da tornozeleira teria se dado, segundo Moraes, no início da madrugada deste sábado, “às 0h08min do dia 22/11/2025”. “A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, diz Moraes.