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Nova corrida armamentista e incertezas globais aumentam riscos nucleares, diz órgão monitor 

Em meio a uma instabilidade global, a probabilidade de que armas nucleares possam um dia ser usadas está aumentando, concluiu um relatório publicado nesta segunda-feira, 16, pelo Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI).

Quase todos os nove países com armas nucleares — Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, República Popular Democrática da Coreia (Coreia do Norte) e Israel — continuaram programas intensivos de modernização nuclear em 2024, atualizando armas existentes e adicionando versões mais novas.

“A era de redução do número de armas nucleares no mundo, que perdurou desde o fim da Guerra Fria, está chegando ao fim”, disse Hans M. Kristensen, Pesquisador Sênior Associado do Programa de Armas de Destruição em Massa do SIPRI e Diretor do Projeto de Informação Nuclear da Federação de Cientistas Americanos (FAS). “Em vez disso, vemos uma tendência clara de aumento dos arsenais nucleares, aguçamento da retórica nuclear e o abandono dos acordos de controle de armas”.

Índia e Paquistão

O documento também indicou que a Índia expandiu “ligeiramente” seu arsenal no ano passado, enquanto levou a diante o desenvolvimento de novos tipos de sistemas de lançamento nuclear. Ao mesmo tempo, o Paquistão também continuou a incrementar novos sistemas de lançamento e a acumular material físsil em 2024, o que sugere que seu arsenal pode se expandir na próxima década, aumentando as tensões.

“A combinação de ataques à infraestrutura militar relacionada à energia nuclear e desinformação de terceiros corre o risco de transformar um conflito convencional em uma crise nuclear”, disse Matt Korda, Pesquisador Sênior Associado do Programa de Armas de Destruição em Massa do SIPRI e Diretor Associado do Projeto de Informação Nuclear da FAS. “Isso deve servir de alerta severo para os Estados que buscam aumentar sua dependência de armas nucleares.”

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EUA, China e Rússia

Rússia e EUA, juntos, possuem cerca de 90% de todas as armas nucleares. O tamanho de seus respectivos estoques militares (ou seja, ogivas utilizáveis) parece ter permanecido relativamente estável em 2024, mas ambos os países estão implementando extensos programas de modernização, que podem aumentar o tamanho e a diversidade de seus arsenais no futuro.

Segundo o SIPRI, os EUA teriam cerca de 5.328 ogivas, enquanto a Rússia teria 5.580. Em sequência, na lista, ficam China (500), França (290), Reino Unido (225), Índia (172), Paquistão (170), Israel (90) e Coreia do Norte (50).

Mesmo atrás, a China tem o arsenal nuclear com crescimento mais rápido entre todos os países, com cerca de 100 novas ogivas por ano desde 2023. O arsenal nuclear chinês está crescendo mais rápido do que o de qualquer outro país, em cerca de 100 novas ogivas por ano.

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Até janeiro de 2025, a China havia concluído ou estava perto de concluir cerca de 350 novos silos de ICBM em três grandes campos desérticos no norte do país e três áreas montanhosas no leste. Ainda que Pequim atinja o número máximo projetado de 1.500 ogivas até 2035, o número representará apenas um terço de cada um dos atuais estoques nucleares de Moscou e de Washington.

“Os sinais são de que uma nova corrida armamentista está se preparando, com muito mais risco e incerteza do que a anterior”, afirmou o o diretor do SIPRI, Dan Smith, destacando o papel de uma série de tecnologias, como de inteligência artificial (IA), na expansão bélica.

 

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