O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu anular os pedidos de prisão domiciliar humanitária feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso preventivamente neste sábado, 22. Moraes afirmou que esses pedidos foram prejudicados diante da decretação da prisão preventiva do capitão.
Quem mandou prender preventivamente o ex-presidente neste sábado também foi Alexandre de Moraes. Para sustentar a ordem de prisão, o ministro do Supremo alegou possibilidade de fuga, já que ele foi informado que a tornozeleira eletrônica que Bolsonaro vinha usando tinha rompido por volta da meia noite deste sábado.
Outra justificativa utilizada por Moraes foi uma publicação feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL) nas redes sociais. Nela, o parlamentar convidava apoiadores do ex-presidente a participar de uma vigília próximo da casa onde Bolsonaro cumpria prisão domiciliar em Brasília, desde agosto deste ano.
O ministro disse que a iniciativa do parlamentar remetia ao mesmo modus operandi utilizado pelos condenados no inquérito da trama golpista na organização dos acampamentos em frente aos quartéis em 2022.
Desde que a ida de Bolsonaro para a cadeia passou a ser cada vez mais iminente, a defesa do ex-presidente ajuizou no STF pedidos para que o capitão pudesse cumprir pena em casa. Eles alegam que o estado de saúde de Bolsonaro é frágil e que mandá-lo para a cadeia poderia colocar a vida dele em risco. O ex-presidente foi condenado a mais de 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro foi levado para a sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. Ele ficará em uma sala de Estado, um espaço reservado para autoridades onde presidentes da República e outras autoridades com foro.
Os advogados de Bolsonaro divulgaram uma nota para expressar profunda perplexidade com a prisão preventiva do ex-presidente. “A prisão preventiva causa profunda perplexidade, principalmente porque está calçada em uma vigília de orações”, escreveram os juristas Celso Vilardi e Paulo Amador da Cunha Bueno.