O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, anunciou nesta quinta-feira, 20, que as tropas do país capturaram a cidade de Kupiansk, no leste da Ucrânia. A declaração foi feita ao presidente russo, Vladimir Putin, que visitava o posto de comando do grupo “Ocidental” acompanhado de oficiais de alto escalão. Gerasimov também informou a Putin que os soldados haviam assumido o controle de 70% de Pokrovsk, no oblast de Donetsk, e de mais de 80% de Vovchansk, no oblast de Carcóvia.
Mais cedo, o Ministério da Defesa da Rússia já havia divulgado um vídeo que mostrava militares russos circulando livremente pelo sul de Pokrovsk. Eles patrulhavam ruas desertas, com vários prédios carbonizados e janelas estilhaçadas. Nenhum civil é visto. Há mais de um ano que a cidade entrou na mira de Moscou, que tenta cercá-la para interromper as linhas de abastecimento para as tropas ucranianas. Mapas do campo de batalha mostram a área dominada pelos russos, enquanto os ucranianos estão acuados na vizinha Myrnohrad.
Russian soldiers in Pokrovsk … relaxed, no one watches the sky, noone is taking cover, no danger around.
The city has fallen. pic.twitter.com/oQVv408gDs
— Lord Bebo (@MyLordBebo) November 20, 2025
Tomar o controle de Pokrovsk, apelidada de “porta de entrada para Donetsk” pela mídia russa, possibilitaria uma plataforma para que as forças russas avancem para o norte rumo às duas maiores cidades ainda controladas pela Ucrânia em Donetsk: Kramatorsk e Sloviansk. A movimentação ocorre em meio a rumores de um plano de paz elaborado pelos Estados Unidos e pela Rússia, que sairia beneficiada. A proposta prevê a capitulação ucraniana, incluindo concessões territoriais — uma ideia rejeitada pelo presidente Volodymyr Zelensky.
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Plano de paz
Outras condições incluem a limitação da assistência militar dos Estados Unidos e das categorias de armamentos utilizados pelas forças ucranianas. A informação foi divulgada pelo jornal Financial Times, pelo portal Axios e pela agência de notícias Reuters na quarta-feira, 19. O plano preliminar, que teria sido desenvolvido pelo enviado de Donald Trump, Steve Witkoff, e pelo conselheiro do Kremlin, Kirill Dmitriev, daria à Rússia um controle sem precedentes sobre a soberania militar e política da Ucrânia.
Com 28 pontos, o plano parece ter sido inspirado por uma proposta semelhante elaborada pelo governo Trump para encerrar a guerra em Gaza. Washington tem sugerido repetidamente que um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia está próximo, mas as propostas fracassaram porque concederiam à Rússia a maioria de suas exigências, ao mesmo tempo que obrigariam Kiev a fazer concessões dolorosas.
Na noite de quarta-feira, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, pareceu responder às notícias sobre o plano, afirmando que uma paz duradoura exigiria que “ambos os lados concordassem com concessões difíceis, mas necessárias”.
“É por isso que estamos e continuaremos a desenvolver uma lista de ideias potenciais para pôr fim a esta guerra, com base nas contribuições de ambos os lados do conflito”, escreveu Rubio no X.
