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União Europeia quer criar ‘Schengen militar’ em caso de guerra com a Rússia

A União Europeia apresentou nesta quarta-feira, 19, um plano para permitir que tropas, tanques e equipamentos militares cruzem o continente com maior rapidez e facilidade em caso de uma eventual guerra com a Rússia. A iniciativa, anunciada pela Comissão Europeia, pretende reduzir a burocracia e adaptar a infraestrutura dentro dos Estados-membros, criando uma espécie de “Zona Schengen Militar”, na qual exércitos  europeus poderiam circular com menos obstáculos.

A proposta surge em meio a alertas de serviços de inteligência que estimam que a Rússia poderia ter capacidade para atacar um país da UE dentro de cinco anos. Segundo autoridades europeias, deslocar hoje um exército de um porto no oeste do continente para a fronteira oriental com Ucrânia, Belarus e Rússia envolve entraves que vão de túneis estreitos e pontes incapazes de suportar tanques a exigências legais de descanso para motoristas e notificações prévias de até 45 dias para atravessar fronteiras. Em um caso citado por auditores da UE, um comboio de blindados chegou a ser barrado por ultrapassar o limite de peso previsto nas leis de trânsito locais.

A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, afirmou que a falta de infraestrutura adequada e de regras ágeis mina a capacidade de resposta do bloco. “Se uma ponte não suporta um tanque de 60 toneladas, temos um problema. Se uma pista de pouso é curta demais para um avião de carga, não conseguimos reabastecer nossas tripulações”, disse. Ela reforçou que o plano complementa, e não substitui, a estratégia de defesa da Otan, classificando a mobilidade militar como “um seguro crucial para a segurança europeia”.

O pacote prevê prioridade a comboios militares na malha de transportes, procedimentos aduaneiros acelerados e isenções de regras de descanso e carga para veículos em situações de emergência. A Comissão também mapeou cerca de 500 pontes, túneis, estradas, portos e aeroportos que precisam ser reforçados ou adaptados para suportar o tráfego militar pesado. O custo estimado ultrapassa 100 bilhões de euros.

Para financiar as mudanças, o Executivo europeu propôs multiplicar por dez o orçamento dedicado à mobilidade militar, reservando 17,6 bilhões de euros orçamento de 2028 a 2034. O pacote faz parte de um plano mais amplo, de 2 trilhões de euros, que encontra resistência de países que querem reduzir gastos. Com a maioria das nações da UE integrando a Otan e comprometidas a elevar investimentos em defesa, Bruxelas pressiona para que a preparação logística avance antes de 2030.

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