Responsável por analisar as provas que resultaram na prisão de Daniel Vorcaro, o juiz Ricardo Leite destaca, em sua decisão, a sofisticação da atuação do banqueiro e de seu grupo na aplicação de golpes contra o sistema financeiro nacional.
Para Leite, as provas colhidas pela Polícia Federal construíram um cenário evidente de que medidas mais brandas não seriam suficientes para interromper o modus operandi “extremamente engenhoso e audacioso” dos investigados.
“A magnitude da lesão, o modus operandi extremamente engenhoso, audacioso, aliado a capacidade de burlar mecanismos de fiscalização revela a necessidade de segregação cautelar. A gravidade em concreto das condutas perpetradas exige uma proporcionalidade da resposta estatal. Há necessidade de um revide estatal eficaz para cessar as práticas delitivas e eliminar qualquer possibilidade de obstrução de justiça, mais especificamente do apuratório em questão”, diz o magistrado na ordem de prisão de Vorcaro.
Segundo o juiz, o poder financeiro do banqueiro e sua capacidade de movimentar recursos com bastante rapidez “demandam uma segregação severa da liberdade”.
Vorcaro foi preso na segunda-feira à noite, quando embarcaria para uma viagem aos Emirados Árabes, a partir do Aeroporto de Guarulhos.
Ele é investigado por fraudes bilionárias praticadas contra o Banco de Brasília na operação que buscou a venda do Master para a instituição do Distrito Federal.