Ao listar uma série de crimes graves imputados a Daniel Vorcaro e outros dirigentes do Banco Master, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília chega a circundar uma das questões que mais mexem com o país, desde que o banqueiro foi preso pela Polícia Federal: as conhecidas e próximas relações do Master com políticos de todas as vertentes ideológicas.
Segundo o magistrado, ainda demandam “maior análise investigativa” a compreensão dos “limites da influência dos diretores do Banco Master em repartições públicas, conforme apontado pelo MPF, com destaque para a circunstância de ‘como foi possível a captação de regimes próprios e fundos de pensão investirem recursos de seus pensionistas em ativos altamente arriscados, evitados por investidores privados”.
Leite afirma que esse lobby político que mirava recursos públicos em diferentes instituições e governos “guarda ligação com o modo de agir do Banco Master e o Banco de Brasília, o BRB”, mas destaca que os laços e relações de Vorcaro com o mundo político “não constitui objeto desta investigação, sendo apenas considerado como indício”.
Em outras palavras, as conhecidas e importantes relações de Vorcaro com figuras do Executivo, do Legislativo, do Judiciário e do universo de lobistas que gravitam em gabinetes importantes são objeto de outras apurações.
Nesse ponto, investigadores pretendem avançar no caso a partir de informações coletadas a partir dos celulares, computadores e dispositivos eletrônicos apreendidos com os investigados, assim como a quebra de sigilos de Vorcaro e dos gestores do Master.
