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O que o encontro de Moraes com comandante do Exército sinaliza sobre futuro de Bolsonaro

A possibilidade cada vez mais concreta de que o ex-presidente Jair Bolsonaro passe ao regime fechado desencadeou, nos bastidores de Brasília, uma série de conversas discretas — e reveladoras. Entre elas, a reunião, revelada pelo Radar, entre o ministro do STF Alexandre de Moraes e o comandante do Exército, general Tomás Paiva, motivada por preocupações da cúpula militar sobre os próximos passos da execução da pena.

O Exército quer Bolsonaro em instalação militar?

A resposta é mais nuançada do que parece. Segundo relatos analisados por José Benedito da Silva no Ponto de Vista, Paiva levou a Moraes uma lista de preocupações da caserna caso o STF determine que condenados por participação na trama golpista — incluindo Bolsonaro — sejam detidos em áreas militares.

O comandante explicou que: A estrutura do Exército está preparada para receber o ex-presidente, caso seja essa a decisão; Não se tratava de um pedido, mas de um informe institucional; A corporação teme exposição midiática e defendeu prisões discretas e sem algemas, para evitar humilhações públicas de figuras como Augusto Heleno.

Moraes ouviu, anotou, mas não deu sinais.

Enquanto generais conversavam em silêncio institucional, a ala bolsonarista fazia barulho. A senadora Damares Alves, presidente da Comissão de Direitos Humanos, liderou uma visita à Papuda, onde Bolsonaro poderia cumprir pena.

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A nova sensibilidade da direita aos direitos humanos rendeu ironia de José Benedito: “Acho louvável. Sempre criticaram, mas agora defendem. É bom que o debate amadureça.”

Vai para a Papuda, para o quartel ou para casa?

Nos bastidores, a avaliação dominante é que a prisão em regime fechado deve acontecer, ao menos inicialmente. O mais provável é um dos dois cenários: Papuda, em ala especial — já preparada; Transição futura para prisão domiciliar, por idade e condições de saúde.

A alternativa militar é considerada hoje menos provável, embora não totalmente descartada.

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A postura das Forças Armadas surpreendeu?

Para José Benedito, sim — positivamente. No julgamento dos generais envolvidos na trama golpista, foi a primeira vez que oficiais de quatro estrelas foram condenados pelo STF. E, apesar da temperatura política, não houve nota, ruído, ameaça ou gesto de insubordinação.

“A caserna se comportou com republicanismo”, resume o colunista.

Prisão inevitável, ambiente controlado

Com a publicação do acórdão e o fim dos recursos, a prisão de Bolsonaro está praticamente no horizonte imediato. O STF se movimenta para conduzir o processo com firmeza, e o Exército trabalha para garantir que o momento seja técnico e silencioso — não um episódio inflamável.

O Brasil se prepara para uma cena sem precedentes. Mas uma cena, se depender das instituições, sem espetáculo.

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