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Moscou aprova conjunto de leis para reforçar defesas contra ataques ucranianos

Em meio ao conflito militar que já dura quase quatro anos, a Rússia aprovou uma série de leis para reforçar suas defesas contra ofensivas de longa distância promovidas pela Ucrânia. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, 19, pelo jornal britânico The Guardian, e envolvem vigilância massiva de depósitos de combustível, bloqueios de internet e aumento de penas em episódios de sabotagem.

As medidas foram assinadas discretamente pelo presidente Vladimir Putin no início deste mês, como uma forma de controlar os constantes assédios de drones ucranianos contra instalações-chave para a infraestrutura russa. De acordo com Kiev, foram mais de 160 ataques do tipo bem-sucedidos, com destaque para aqueles direcionados ao complexo energético inimigo.

O movimento legislativo tem como carro-chefe a convocação de mais de 2 milhões de integrantes da reserva para a proteção das instalações de energia e outros locais estratégicos. Esses reservistas, que recebem salários baixos e passam por treinamento militar anual, foram poupados de lutar na Ucrânia até o momento.

Moscou também tomou medidas para interferir no voo dos drones, estabelecendo uma regulamentação que bloqueia automaticamente os cartões SIM vindos do exterior por 24 horas. As autoridades justificaram a ação apontando que isso evitaria que equipamentos controlados por Kiev utilizassem redes civis para transmitir informações.

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Os efeitos da restrição foram imediatos, causando confusão nos russos que retornavam de viagens internacionais. As reclamações vieram até mesmo de países próximos, como Letônia e Estônia, onde moradores de regiões fronteiriças apontam que suas conexões foram bloqueadas por engano devido às novas regras.

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As penas para envolvidas em episódios de sabotagem também foram ampliadas, como imposição da prisão perpétua e punição a crianças a partir dos 14 anos de idade. De acordo com o Kremlin, Kiev vem pagando a adolescentes para promoverem ataques, com pelo menos 158 menores condenados por acusações relacionadas a terrorismo e sabotagem desde o início da guerra.

A nova legislação representa um aumento da interferência estatal na vida cotidiana dos russos em decorrência da guerra. Para o especialista político independente Andrei Kolesnikov, a Rússia vem “aclimatando a sua população a uma existência semi-militar prolongada e instando as pessoas a prepararem-se para maiores sacrifícios à medida que a guerra se arrasta”.

Em entrevista ao Guardian, Kolesnikov apontou que o Kremlin está preparando o terreno para uma piora nas perspectivas econômicas do país, exigindo mais sacrifício dos russos. O analista cita uma pesquisa recente da agência governamental VTsIOM, que indicou que quase 70% dos russos estavam dispostos a “apertar os cintos para defender seu país”, diante da estagnação decorrente das sanções ocidentais.

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Resistência eficaz

A estratégia de promover ataques de longa distância contra instalações-chave russas tem dado frutos à Ucrânia. Com foco em refinarias de petróleo, centros de logística militar e depósitos de combustível, Kiev conseguiu atingir 16 instalações de grande porte até o momento, forçando Moscou a conviver com escassez de gasolina e problemas no fornecimento de energia.

O impacto econômico dessas ofensivas também é relevante, uma vez que as exportações de diesel e combustível de aviação foram reduzidas devido ao impacto na capacidade de refino de petróleo na Rússia. Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, os ataques têm forçado o Kremlin a importar combustível.

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