A Motiva (antiga CCR) informou nesta terça-feira (18) ter fechado a venda de seu bloco de 20 aeroportos na América Latina para a Asur, conglomerado mexicano responsável pela gestão do Aeroporto de Cancún. O conjunto de ativos foi precificado em 11,5 bilhões de reais, montante que inclui 6,5 bilhões de reais em dívidas vinculadas às operações aeroportuárias.
De acordo com a empresa, a negociação foi concluída após um processo disputado, que atraiu o interesse de 20 grupos internacionais. A estratégia da Motiva ao se desfazer dos aeroportos é reduzir sua alavancagem, situação em que o nível de endividamento supera o volume de capital próprio. Com a operação, a companhia projeta que sua dívida consolidada caia de 3,5 vezes para menos de 3 vezes o Ebitda, liberando fôlego para novos investimentos em concessões rodoviárias e no setor de mobilidade sobre trilhos, áreas que voltarão a ser o foco central do negócio.
A expectativa é que a transferência dos ativos seja concluída em 2026, após a aprovação do poder concedente e dos órgãos reguladores e de concorrência. Até que isso ocorra, a Motiva continuará responsável pela administração dos terminais, mantendo equipes, contratos e o cronograma de investimentos já definido.
Dos 20 aeroportos envolvidos na transação, 17 estão distribuídos por diferentes regiões do Brasil e outros três ficam no exterior. No país, a Motiva segue presente em terminais estratégicos no Paraná, como Curitiba (São José dos Pinhais), Bacacheri, Foz do Iguaçu e Londrina, além de aeroportos em Belo Horizonte e Pampulha (MG), Goiânia (GO), Pelotas, Bagé e Uruguaiana (RS), Navegantes e Joinville (SC), São Luís e Imperatriz (MA), Teresina (PI), Palmas (TO) e Petrolina (PE). Os aeroportos internacionais que fazem parte do pacote estão localizados em Curaçao, Costa Rica e Equador.
A empresa reforça que o desinvestimento está alinhado ao plano estratégico apresentado ao mercado desde 2024, que prevê a simplificação do portfólio e a concentração em segmentos em que a Motiva já atua como uma das principais operadoras. A Asur, que assume os ativos, administra atualmente nove aeroportos no México e amplia sua presença no continente com a aquisição.
