Na noite desta segunda-feira, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, foi ao comando do Exército para ter uma conversa com o comandante, general Tomás Paiva. No meio do encontro com Múcio, Paiva recebeu um telefonema do ministro do STF, Alexandre de Moraes. O comandante, que havia solicitado o contato, disse a Moraes que estava com Múcio naquele momento e consultou se o ministro não poderia se deslocar ate o Setor Militar para o encontro. Moraes foi.
Na conversa, o general apresentou ao ministro uma lista de preocupações da caserna em relação ao processo que se aproxima de prisão dos condenados pelo STF por envolvimento na trama golpista.
Sobre a prisão de Bolsonaro, Tomás Paiva disse a Moraes que o Exército está preparado para abrigar o ex-presidente, caso a Corte decida pelo cumprimento da pena numa instalação militar. O comandante fez questão de registrar, no entanto, que não era um pedido, mas apenas um informe de que a estrutura estaria preparada para receber o ex-presidente. “A decisão é de vocês”, disse Paiva a Moraes.
Paiva pediu a Moraes que as prisões ocorram sem espetáculo midiático e sem algemas. O receio era ver Augusto Heleno, Paulo Sérgio Passos, por exemplo, expostos a situações humilhantes. O comandante lembrou que os militares têm história na caserna e que uma exposição dos presos poderia comprometer o ambiente no quartel.
Paiva também pediu a Moraes que oficiais do Exército pudessem acompanhar o momento da prisão desses ex-generais. O ministro do STF entendeu as questões.