Fundo responsável por aposentadorias e pensões de mais de 235 mil servidores do estado do Rio, o RioPrevidência investiu cerca de R$ 1 bilhão em aplicações do Banco Master quando a instituição financeira já estava em crise. O Tribunal de Contas do Estado (TCE) chegou a alertar sobre “graves irregularidades”. Nesta terça-feira, 18, após prisão de Daniel Vorcaro, controlador do Master, agora com liquidação extrajudicial determinada pelo Banco Central, o deputado estadual Flávio Serafini (Psol) protocolou no MPF e também na PF pedido para que a gestão do RioPrevidência seja alvo de uma investigação criminal e financeira.
O volume de aportes entre 2024 e 2025 no grupo do Banco Master atinge R$ 2,6 bilhões – de acordo com o TCE, o correspondente
a mais de 25% de todos os recursos aplicados pelo RioPrevidência. A conselheira Marianna Montebello Willeman destacou em outubro deste ano que essa concentração coloca em risco aposentadorias.
Serafini, que presidiu em 2019 a CPI do RioPrevidência, aponta investimentos temerários, como num fundo que desvalorizou 25% em apenas um mês. Para ele, a liquidação do Master transforma os riscos antes sinalizados em prejuízo potencial imediato para grandes investidores institucionais, entre eles fundos previdenciários estaduais. “Estamos diante de um risco real e imediato para o sustento de aposentados e pensionistas do Estado do Rio de Janeiro. Cada dia sem investigação aumenta a possibilidade de perdas irreparáveis”, afirma o parlamentar, que solicitou a apuração de crimes como peculato-desvio, corrupção, prevaricação, gestão temerária, lavagem de dinheiro, organização criminosa e crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e o mercado de capitais.