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Diabetes: mais uma complicação da doença é identificada por pesquisadores

Quem vive com diabetes deve ficar atento ao controle do açúcar no sangue, a glicose, para evitar complicações que já são difundidas, como o risco de cegueira, amputações e problemas no coração e nos rins. Pesquisadores espanhóis incluíram agora uma consequência da doença que pode passar despercebida, mas que compromete a qualidade de vida dos pacientes: a perda auditiva. Em um estudo publicado na edição deste mês do periódico Otolaryngology–Head and Neck Surgery, o grupo concluiu que, em pessoas que vivem com o tipo 2 da doença, a prevalência de impactos na audição giram em torno de 40,6% a 71,9%. O risco de perda auditiva chega a ser 4,19 vezes maior na comparação de pacientes com pessoas que não vivem com a doença.

Os pesquisadores do Hospital Clínic e da Universitat de Barcelona, ​​na Espanha, partiram do conhecimento de que a glicemia elevada causa danos às estruturas microvasculares, por isso, pacientes são acometidos pela retinopatia diabética — condição que afeta a retina e impacta a visão –, danos cardiovasculares, nefropatia (lesões nos rins) e neuropatia periférica (sensação de formigamento nas mãos e pés).

Diante do aumento de evidências sobre o tema, eles avaliaram 17 estudos robustos publicados entre 1º janeiro de 2019 e 1º abril de 2024 que continham dados sobre a possibilidade de impactos do sistema auditivo em pessoas com diabetes. Com o material em mãos, constataram a associação entre a doença e alterações microcirculatórias na cóclea, estrutura responsável pela audição.

Na análise, foram incluídos 3.910 indivíduos diagnosticados com diabetes e 4.084 pessoas do grupo controle, ou seja, sem a condição. “Os resultados desta meta-análise indicam que indivíduos com diabetes tipo 2 apresentam um risco 4,19 vezes maior de perda auditiva em comparação com os controles. Este resultado é mais pronunciado do que o relatado em outros estudos”, escreveram os autores.

Controle do diabetes

O estudo indicou que pessoas que vivem há mais tempo com a doença, com mais de dez anos de diagnóstico, demonstraram um risco 2,07 vezes maior de apresentar a perda auditiva do que pessoas com duração menor.

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Outra observação dos pesquisadores é que a descompensação do diabetes pode levar a episódios mais graves de surdez. De acordo com o estudo, pessoas que apresentaram perda auditiva moderada e severa a profunda tinham índices médios de hemoglobina glicada (HbA1c) mais elevados do que o grupo de controle. Isso significa que não seguir as recomendações médicas, da dieta à prática de atividade física, e o tratamento indicado por especialistas pode comprometer a saúde auditiva.

Em um cenário em que 589 milhões de adultos vivem com diabetes, segundo a última edição do Atlas da Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), este estudo pode contribuir para a ampliação da triagem de pacientes com foco no cuidado integral de quem vive com diabetes, evitando, assim, complicações que afetem o dia a dia dessas pessoas.

“O agravamento de uma perda auditiva preexistente, o surgimento de nova perda auditiva ou a presença de outras doenças microvasculares em pacientes diabéticos podem motivar o início ou a intensificação do controle do diabetes para prevenir a deterioração da função auditiva”, sugerem os autores, que afirmam que mais pesquisas são necessárias para “a implementação de planos de tratamento na prática clínica”.

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