A moda, enfim, sobe as escadas do Metropolitan Museum of Art — literalmente. E não é pelo Met Gala, mas sim com um espaço permanente de mais de mil metros quadrados onde serão inaugurada as novas Galerias Condé M. Nast, em 2026, pelo Costume Institute, como anunciado nesta segunda-feira, 17.
Ou seja, o acervo fashion vai finalmente sair do “porão” e ser colocado sob merecida luz nobre no museu em Nova York, colado ao Grande Salão. Para marcar o momento histórico, o curador Andrew Bolton assina “Costume Art”, a primeira exposição do local que já nasce como um manifesto: a roupa como arte — e o corpo, seu centro.
A mostra vai reunir obras que atravessam cinco mil anos, de pinturas e esculturas a peças históricas e contemporâneas do acervo do Instituto com a ideia simples, mas poderosa: em todo o Met, o corpo vestido sempre esteve ali, mesmo quando invisível. A diferença é que, agora, ganha destaque assumido.
Organizada por “tipos de corpo”, a exposição traz três grandes eixos: os clássicos e onipresentes na história da arte; os negligenciados, como corpos envelhecidos ou gestantes; e os universais, como o anatômico. É uma visão mais ampla — e mais real — do que a que a própria indústria da moda costuma oferecer.
Para reforçar a centralidade do corpo, os manequins surgem em pedestais altos, com cabeças espelhadas criadas pela artista Samar Hejazi para que, ao olhar para o manequim, o visitante veja a si mesmo. Empatia, espelhamento e reconhecimento como parte da experiência estética.
“Costume Art”, apoiada por Jeff e Lauren Sánchez Bezos, Saint Laurent e Condé Nast, não tem subtítulo — um gesto simbólico que, segundo Bolton, liberta a moda da necessidade de justificativa. A mostra fica em cartaz de 10 de maio de 2026 a 10 de janeiro de 2027, logo após o Met Gala e, agora, finalmente ocupa seu lugar no centro de um dos maiores museus de arte do mundo.
