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Com chegada do inverno, União Europeia tenta avançar pacote bilionário de apoio à Ucrânia

A União Europeia tenta avançar um pacote de financiamento de 136 bilhões de euros para a Ucrânia até 2027, enquanto o inverno se aproxima e a guerra segue sem perspectiva de cessar. Em carta enviada nesta segunda-feira, 17, aos líderes dos 27 Estados-membros, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou três alternativas para garantir a continuidade do apoio financeiro a Kiev. A ideia é que os primeiros repasses ocorram já na primavera do ano que vem, caso haja consenso político.

O principal impasse recai sobre a Bélgica, que bloqueia a proposta considerada por Bruxelas a mais rápida e menos onerosa: a emissão de um “empréstimo de reparações” lastreado em ativos russos congelados na Europa. A maior parte desses recursos está retida na câmara de compensação Euroclear, em Bruxelas, e o governo belga teme retaliações diretas de Moscou. Segundo Von der Leyen, caso a barreira persista, cada Estado-membro terá de contribuir com até 0,27% de sua renda nacional bruta por ano para manter a ajuda à Ucrânia.

As outras opções, repasses diretos dos países ou emissão de dívida conjunta pela UE, também enfrentam resistência. A primeira elevaria de forma desigual os custos entre os membros; a segunda poderia pressionar déficits nacionais já fragilizados, sobretudo os de França e Itália.

Para tentar romper a resistência belga, Von der Leyen propôs garantias “juridicamente vinculativas, incondicionais e irrevogáveis” por parte dos demais Estados-membros, inclusive para riscos de futuras decisões judiciais, mesmo após o fim da guerra e do congelamento dos ativos russos. O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, reconheceu que as preocupações de Bruxelas são “legítimas”, mas afirmou que o bloqueio precisa ser resolvido até a cúpula europeia de dezembro, “porque a sobrevivência da Ucrânia está em jogo”.

A Comissão também avalia incluir cerca de 25 bilhões de euros adicionais, provenientes de ativos russos mantidos por bancos comerciais europeus, para ampliar a base de garantias e reduzir riscos. No documento enviado aos líderes, Von der Leyen reforçou que qualquer solução dependerá de um esforço coletivo e de “forte solidariedade” entre os 27 membros.

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A discussão ganhou urgência após a nova onda de bombardeios russos. Na semana passada, segundo autoridades ucranianas, Moscou lançou mais de 440 drones e 30 mísseis contra várias cidades, com explosões registradas em Kiev, Odessa e Dnipro. Os ataques deixaram mortos, atingiram áreas residenciais e danificaram infraestrutura energética, aumentando a pressão sobre a UE para destravar o financiamento.

Os líderes do bloco devem retomar o tema na cúpula de dezembro. Sem consenso, a UE terá de recorrer a alternativas mais caras, como garantias nacionais ou empréstimos diretos dos Estados-membros.

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