Estrela de Chicago Med, Jessy Schram, intérprete da doutora Hannah, conversou com VEJA sobre os desafios da personagem na 11ª temporada da produção de sucesso da NBC exibida no Brasil no Universal TV e disponível no streaming Universal+.
Confira a entrevista na íntegra:
Por que acha que o público é tão atraído por programas médicos como Chicago Med? As pessoas se sentem atraídas porque conseguem se ver tanto nos pacientes, que estão ali tendo seu pior dia, quanto nos médicos, que estão vivendo sua vida normal. O público pode se identificar, aprender coisas novas e até pesquisar sintomas. Queremos educar e fazer com que as pessoas se identifiquem conosco.
Adicionando a isso, eu acho que o “doutor Google” é muito comum para as pessoas, especialmente com a IA. Acha que a série tem um papel de combater essa cultura pesquisar seus próprios sintomas no Google? Sim. A empatia não pode ser substituída. Já lidamos com isso em uma temporada, em que um computador com IA era mais eficiente do que o olho humano. No entanto, acreditamos que somos melhores juntos, tanto humanos quanto computadores. Sempre será necessário alguém para iniciar e parar o computador.
Com sua personagem, a doutora Hannah, se desenvolveu até agora ao longo da série? Nós sabemos que ela teve um começo difícil com seu vício em drogas e tudo mais, mas agora ela está muito melhor e prestes a se tornar mãe. Como como foi interpretar esse desenvolvimento? Interpretar uma viciada em heroína que também era uma médica funcional era confuso, pois eu não entendia como alguém podia estar em um vício profundo e ainda operar um paciente. Pude interpretá-la desde o vício profundo, passando por atingir o fundo do poço, até voltar e lutar contra os estigmas. Para ela, o lema é “um passo de cada vez, um dia de cada vez”. O legal é que a vemos em situações de alta pressão, enquanto ela se checa constantemente, tentando ser uma versão melhor. Por causa de seu histórico, ela é uma médica melhor, sem julgamentos. Ela está mais forte e mais confiante.
Sendo uma pessoa tão distante desse tipo, dessa maneira de viver uma vida com tanta luta, você acredita que Hannah te ensinou algo importante por causa de sua jornada? Sim, a Hannah pessoalmente me ensinou graça e paciência. Eu pude observar como ela lida com diferentes cenários e como é importante não julgar coisas ou pessoas. Eu aprendi que, como atriz, as histórias que você conta ou os personagens que você interpreta, mesmo que não seja a mesma coisa que você esteja passado, pode andar de mãos dadas com aquilo que você precisa aprender na vida real. A cada episódio, eu sinto que estou aprendendo muito.
Acredita que depois da pandemia, o público começou a olhar para os socorristas de outra forma, em um sentido de dar mais valor a esses profissionais de saúde? Durante e logo após a pandemia, nós abordamos na série o quão isolador e intensificado tudo estava. Uma coisa positiva que surgiu é que talvez não percebêssemos o quanto os socorristas fazem e o que tiveram que sacrificar pelo público e por suas próprias famílias. Os programas definitivamente oferecem uma visão do lado humano do super-herói.
Como será a jornada da gravidez de Hannah ao longo dessa 11ª temporada? Nesta nova temporada, vamos descobrir quem é o pai do bebê. Acho que Hannah nunca imaginou um bebê em seu futuro por causa de seu vício e estilo de vida. E você pode dizer que, tipo, não sei, esses problemas passados que ela tem vão implicar na maneira como ela lida com esse novo relacionamento. Isso é sempre uma preocupação, mesmo na hora do parto, pois ela não pode tomar medicamentos, a menos que seja estritamente necessário. O vício entrará em jogo, pois criará mais ansiedade e instabilidade. Mas a maior questão é: como é ser mãe para ela? E como é ser mãe com quem ela está tendo o bebê? Ela está em um território desconhecido, e a forma como isso se desenrola para uma mulher que trabalha e lida com o vício.
Afinal, a própria Hannah tem seus traumas com a mãe que ela nunca conheceu, por ela ter morrido para lhe dar à luz, certo? Interpretar essa personagem quase me deu fobia de gravidez e parto. Minha irmã me lembrou que eu interpreto os piores cenários por uma razão. O trauma dela de a mãe ter sacrificado a vida para tê-la e toda a dinâmica familiar com o pai e irmãos definitivamente entrará em jogo nesta temporada. Tudo o que Hannah viu sobre gravidez em seu trabalho ou vida pessoal estará presente. Será uma temporada emocional.
Você assiste outras séries médicas? Sim, eu já assisti a outros programas médicos. Eu amo ER e sei que teve The Pitt rolando, vi Grey’s Anatomy. Mas, enquanto filmo Chicago Med, prefiro assistir a comédias para compensar a natureza do nosso trabalho. É ótimo tirar inspiração de programas originais como ER, mas não quero me prender ao que os outros estão fazendo, quero ver o que podemos fazer por conta própria.
Neste ano, The Pitt ganhou o Emmy de melhor série dramática, superando outros programas como Ruptura, e muitas pessoas foram nas redes sociais criticar o fato de The Pit ter ganhado por ser um programa médico. Como se sente sabendo que existem pessoas que menosprezam séries médicas dessa forma? Estou em choque que alguém faça isso. Não importa se é um programa médico, de mistério ou comédia. Se você está se conectando com o público, compartilhando experiências e as pessoas estão engajadas, então é bom, e isso é o que mais importa. Se for na área médica, ótimo, pois nós também somos. Acho muito perturbador e mesquinho julgar por ser um programa médico, porque estamos retratando seres humanos e diferentes histórias. Se você se conecta, você se conecta, não importa o ambiente.
Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:
- Tela Plana para novidades da TV e do streaming
- O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
- Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
- Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial