Após a Marcha pelo Clima percorrer as ruas de Belém pedindo medidas mais céleres e efetivas contra o aquecimento global, na manhã deste sábado, 15, o presidente da COP30, embaixador André Correa do Lago, disse que irá receber um documento com demandas da sociedade civil organizada.
A marcha foi organizada pela Cúpula dos Povos, reunião de entidades e movimentos sociais que mantém um evento paralelo na Universidade Federal do Pará. Tradicionalmente ligados ao PT e partidos de esquerda, os ativistas que têm vocalizado críticas ao governo por não abraçar a agenda climática na proporção que consideram necessária.
O relatório que chama atenção para o fato de a populaçao mais pobre ser a mais afetada pelas mudanças climáticas foi finalizado na sexta-feira, 14, e será entregue em mãos para Correia do Lago no domingo, 16.
“Esses documentos têm uma influência significativa nas negociações. É muito importante a sociedade civil prepará-los e encaminhá-los para os negociadores”, disse o presidente da COP30 em entrevista coletiva na tarde deste sábado.
Decisão de Capa
André Correia do Lago reafirmou que não trabalha para que os quatro pontos mais controversos da agenda – transparência, metas de redução de emissão, repasses do países desenvolvidos e comércio – que foram destacados da agenda e passaram a ser discutidos em assembléias separadas com a presidência da conferência sejam encaminhados para uma decisão de capa.
O mecanismo, já adotado em edições anteriores, permitiria uma abordagem política dos temas, dando diretrizes para os países quanto aos passos a serem seguidos no futuro. O embaixador, no entanto, reconheceu que essa é uma demanda de algumas delegações e que ela será levada em consideração. Observadores ouvidos por VEJA acreditam que essa é uma saída que ganha cada vez mais contornos.