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Megaoperação do Rio provocou um choque em Brasília, e os efeitos começam a aparecer

A megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, continua reverberando em Brasília. No programa Os Três Poderes desta sexta, 14, o colunista Robson Bonin, de Radar, avaliou que a ofensiva policial transformou o cenário político do estado e reacendeu, no Congresso, a corrida por protagonismo na segurança pública.

A entrevista das Páginas Amarelas da edição, com o governador Cláudio Castro, trouxe a leitura do próprio mandatário: moradores viram alívio, apoio popular e a sensação de que o Estado — União, governo fluminense e prefeituras — ainda é capaz de retomar territórios. Bonin destacou que essa percepção tem base concreta nas pesquisas.

A segurança domina as preocupações do eleitor

O colunista lembrou que muito antes da operação, levantamentos nacionais já mostravam a segurança pública como o principal problema do país. “Não é só no Rio. É nas grandes cidades e já se alastrando pelo interior”, explicou.

O avanço das facções, a expansão territorial e a lentidão das respostas oficiais alimentaram a sensação de abandono. E, no caso fluminense, a decisão do STF que restringiu operações em favelas — a chamada ADPF das Favelas — produziu efeitos práticos: burocratizou ações, diminuiu incursões e transformou comunidades em refúgio para criminosos de outras regiões.

A operação e suas imagens

Dentro das regras estabelecidas pelo Supremo, a ação comandada por Castro gerou imagens raras: confronto intenso, quatro policiais mortos e dezenas de criminosos abatidos após reagirem. Para Bonin, esse registro visual reforçou a percepção de que algo efetivo, ainda que localizado, havia ocorrido.

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“Para quem está exausto da insegurança, a operação virou símbolo de reação”, afirmou. A população, segundo ele, diferiu entre mortes de policiais e mortes de criminosos armados que não se entregaram — distinção que o governador fez questão de verbalizar.

O efeito político imediato

Para Bonin, a operação mudou o patamar político de Cláudio Castro, que vinha sem agenda clara e distante das discussões nacionais. Agora, sustenta um discurso forte e ganhou caminho para disputar o Senado em 2026.

O movimento também empurrou Brasília a se mexer. Parlamentares tentam formular projetos, endurecer leis, propor mudanças na legislação penal e mostrar serviço ao eleitor. Mas, segundo o colunista, ainda falta consistência: “Não está funcionando muito bem”, disse, referindo-se às tentativas de emplacar respostas legislativas que acompanhem o humor da população.

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Próximos capítulos

O governo fluminense planeja novas operações em outras comunidades — ações que, se repetirem o impacto da primeira, devem manter a segurança pública como pauta dominante e pressionar ainda mais Brasília a reagir.

“Há capital político real para o governador”, concluiu Bonin. “Agora resta ver como isso evolui — e se o país conseguirá transformar sensação em política pública de fato.”

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