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Na COP 30, até álcool gel vira solução para falta d’água

Direto de Belém, o jornalista Diogo Schelp relatou ao programa Mercado, de VEJA, com Veruska Donato, que a carta enviada pela ONU ao governo brasileiro encontra respaldo no que se vê diariamente nos pavilhões da COP 30. Segundo ele, falta água nos banheiros com frequência, levando a organização a improvisar: funcionários ficam posicionados nas portas das áreas de higienização distribuindo álcool gel a diplomatas e participantes. “A água simplesmente acaba, e as pessoas dependem do álcool gel para sair dos banheiros”, contou Schelp.

Os problemas não se limitam ao abastecimento. O ar-condicionado falha em vários pontos do evento, criando áreas abafadas durante o dia e extremamente frias no fim da tarde, quando o público diminui. Protestos indígenas também marcaram a conferência: manifestantes bloquearam, nesta sexta-feira, temporariamente o acesso ao pavilhão das negociações oficiais, apesar das garantias do presidente da COP, o embaixador André Corrêa do Lago, de que questões de segurança estavam resolvidas. Segundo Schelp, o episódio indicou que os ajustes ainda não surtiram efeito.

Há ainda a contradição energética: toda a estrutura do evento — ventilação, iluminação e refrigeração — funciona com geradores a diesel, como mostrou o editor Ricardo Ferraz de VEJA citada por Schelp. “É irônico que um evento voltado à redução de emissões seja sustentado integralmente por combustíveis fósseis”, afirmou o jornalista, destacando o desconforto entre delegações estrangeiras. A precariedade se soma às críticas de que a infraestrutura de Belém não acompanha o porte de uma conferência global.

Apesar das falhas, a COP 30 avançou em temas como saúde e clima, incluídos nos debates de adaptação após proposta do Zimbábue. Schelp destacou que o governo federal apresentou um plano de ação apoiado por 80 países, enquanto o Banco Mundial alertou para a necessidade de preparar unidades de saúde para eventos climáticos extremos. O ambiente diplomático continua positivo, mas a imagem do evento segue pressionada por improvisos básicos — como a dependência de álcool gel na ausência de água.

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