Durou pouco a euforia de investidores com o fim do shutdown nos EUA. Isso porque o governo de Donald Trump passou a dizer aos quatro ventos que parte das estatísticas será dada como perdida, reduzindo as chances dos departamentos americanos correrem atrás do prejuízo da paralisação do governo. E, sem dados, o Fed pode ficar de mãos atadas na sua decisão de juros de dezembro.
O clima negativo sobre os mercados americanos já vinha desde a semana passada – o otimismo com o fim do apagão nos EUA foi a exceção. Agora investidores voltam ao modo de cautela. E faz sentido, ante um mercado que avançava quase sem pausas, mesmo enquanto questiona se há uma bolha no mundo das ações de inteligência artificial.
Talvez o primeiro sinal mais concreto da virada dos mercados tenha sido dado pelo bitcoin. A criptomoeda cai para abaixo de 100 mil dólares nesta sexta-feira, um tombo de quase 6% em uma janela de 24 horas. A queda desde o pico recente, de 124 mil dólares por bitcoin, registrado no começo de outubro, é de mais de 20%, o que coloca a criptomoeda no chamado bear market.
Analistas de mercado relataram à Bloomberg que houve um resgate massivo de dinheiro dos ETFs de cripto, os fundos que ajudaram a levar as criptomoedas a investidores tradicionais, e que ajudam a dar legitimidade ao ativo digital.
O Brasil vai tentando escapar desse pessimismo global. O EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, avança nesta sexta, tentando recuperar os dois dias de baixa recente do mercado local, uma pausa após uma sequência de recordes do Ibovespa. Na agenda, saem os dados de desemprego de setembro
