O novo documentário britânico O DNA de Hitler: Planta de um Ditador revelou que o chefe nazista possuía a Síndrome de Kallmann, condição genética que explica um registro médico histórico: a criptorquidia, quando um testículo não desce completamente. A descoberta reacende o debate sobre outra possível condição — o micropênis —, já que cerca de 10% dos homens com essa síndrome desenvolvem a característica genital.
O que torna essa revelação historicamente significativa não é a confirmação anatômica em si, mas o profundo paradoxo psicológico que expõe: como um homem que pregava ideais obsessivos de virilidade e pureza racial lidaria com o que sua própria sociedade consideraria uma “deficiência genital”?
Especialistas sugerem que a possível convivência com o que sua própria ideologia consideraria “deficiências” pode ter gerado um complexo de inferioridade que ele compensou através do exercício extremo de poder. Mas o psicólogo Simon Baron-Cohen, da Universidade de Cambridge, faz um alerta: “Passar da biologia para o comportamento é um grande salto. Há um grande risco de estigma”.