Em tempos de temperaturas indecisas — manhãs frias, tardes quentes e noites geladas — o cardigã ressurge como o melhor amigo da estação. É leve, adiciona estilo imediato a qualquer look e a maioria cabe na bolsa. Há um quê de nostalgia e sofisticação em suas tramas, um aceno à elegância eterna de Grace Kelly, que o transformou em símbolo de feminilidade e refinamento nos anos 1950.
Hoje, é o curinga das estilosas: Anne Hathaway, Demi Moore, Angelina Jolie, Kate Middleton e Alessandra Ambrosio já recorreram ao charme discreto do cardigã. Nas passarelas, também deu o tom na Miu Miu, em que surgiu em versão ombro a ombro, revelando a clavícula num gesto sensual e nada comportado; e na Gucci brilhou em texturas, mostrando que o clássico também pode ser provocante.
Essa versão contemporânea do velho casaquinho da vovó exprime o que grande parte das mulheres quer dizer ao mundo atualmente. No street style, o velho casaquinho da vovó ganha ares contemporâneos, aparecendo reinterpretado sobre camisas, sob jaquetas xadrez, com saias plissadas, calças de alfaiataria ou jeans rasgados. O contraste entre o básico e o elaborado faz parte do encanto.
A saber, o cardigã surgiu no século XIX como parte do uniforme militar de James Thomas Brudenell, o conde de Cardigan (por isso o nome). Feito de lã ou de malha, foi transformado em peça feminina por Coco Chanel nos anos 1920. Sempre foi visto como a representação do recato, especialmente por Grace Kelly, que o usava abotoado até o pescoço depois que deixou os estúdios de Hollywood para se tornar princesa em Mônaco.
A mudança na forma de vestir a roupa começou no início dos anos 2000, quando as fashionistas resolveram tirá-la dos armários antigos e usá-la como blusa, sem nada por baixo, fechada. Entre um ou outro toque mais ousado, a atriz Katie Holmes chamou a atenção para o cardigã em 2019, ao aparecer nas ruas de Nova York com o casaquinho combinado apenas a um sutiã da mesma cor e tecido. Ali, se tornou um ícone de street style e hoje, aparece como um item de estilo, mas que pode salvar nas temperaturas oscilantes.
Como usar: É uma peça simples, mas que pode fazer a diferença em um look. Atualmente, as fashionistas estão apostando nos modelos de mohair felpudo com jeans de cintura alta para o dia; o cardigã em tom neutro, usado sobre camisa risca de giz ou vestido midi para o trabalho, e as versões mais justas e abotoada só até a metade, com saia lápis ou couro — o toque sexy a la Sabrina Carpenter. Há ainda as que ousam mais com cardigãs de listras ou argyle como usou Jenna Ortega, ou ainda combinado com acessórios metálicos. De qualquer forma, aparece como protagonista silencioso da meia-estação: aquece, embeleza e nunca sai de cena.
Veja alguns looks para se inspirar:








