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EUA: eleitores democratas estão mais mobilizados que republicanos, diz pesquisa

Uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta quinta-feira, 13, revelou que os eleitores democratas estão mais mobilizados que os republicanos. Dos americanos que votam no Partido Democrata, 44% se disseram “muito entusiasmados” em ir às urnas nas eleições de meio de mandato, que em novembro de 2026 vão renovar boa parte do Congresso e colocar o controle do legislativo em jogo, enquanto apenas 26% dos apoiadores da legenda de Donald Trump disseram o mesmo. A pesquisa também mostrou que a aprovação do presidente dos Estados Unidos se manteve estável, embora esteja no nível mais baixo desde o início de seu mandato (40%).

A pesquisa, que durou seis dias e foi encerrada na quarta-feira, ocorreu após uma sequência de vitórias para a oposição em eleições locais que, embora tenham ocorrido em regiões, quase todas, nitidamente democratas, surpreenderam pelo tamanho expressivo das vitórias anti-Trump. Os dados mostram ainda que quase um em oito eleitores do Partido Democrata afirmaram que se arrependeriam se não votassem no pleito legislativo do próximo ano, contra 68% dos republicanos.

Todas as 435 cadeiras da Câmara dos Deputados estarão em disputa no ano que vem, assim como 35 do Senado, composto por 100 membros. Os republicanos controlam atualmente ambas as casas do Congresso.

Reação democrata

Pisada e esculhambada ao longo dos últimos meses, desde a vitória de Trump nas eleições presidenciais do ano passado, a oposição viu o ânimo aumentar e ensaiou a saída da lona nas eleições de 4 de novembro, quando os democratas conquistaram vitórias expressivas nas disputas para governador na Virgínia e em Nova Jersey, bem como na eleição para prefeito da cidade de Nova York.

Do outro lado do país, na costa oeste, eleitores da azulíssima Califórnia aprovaram em referendo uma medida para redesenhar seu mapa eleitoral de forma a favorecer o partido, uma prática controversa conhecida como “gerrymandering” mas que o governador, Gavin Newsom, envernizou de ética ao contrapô-la com operação semelhante orquestrada pelos republicanos do Texas.

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Apesar disso, a pesquisa Reuters/Ipsos mostrou que os Estados Unidos continuam polarizados. Questionados sobre em quem votariam nas eleições para o Congresso se a eleição fosse realizada hoje, 41% dos eleitores registrados disseram que escolheriam o candidato democrata e 40% disseram que escolheriam o candidato republicano, diferença dentro da margem de erro de três pontos percentuais.

Tema principal: acessibilidade e custo de vida

A principal preocupação a que os eleitores responderam nas campanhas democratas que terminaram em sucesso na semana passada foi a questão da “acessibilidade”, devolver à população condições para uma vida de qualidade, plataforma que Trump gostaria mesmo é de pregar no Partido Republicano. O levantamento divulgado nesta quinta-feira confirmou a continuação da tendência que deve permear as midterms, com 45% dos americanos afirmando que o fator mais importante para decidir seu voto será a posição do candidato sobre o custo de vida. Sobre esse tema, 38% dos eleitores registrados disseram que os democratas tinham um plano melhor, enquanto 36% favoreceram os republicanos.

Quando questionados sobre qual legenda lidaria melhor com imigração, mais escolheram os republicanos em vez dos democratas (46% a 34%), mas apenas 14% disseram que essa era a questão mais importante para as eleições do próximo ano. Depois do custo de vida, os entrevistados elencaram valores e normas democráticos (26%) como segunda maior prioridade — campo em que eles, no geral, favorecem os democratas por 43% a 34%.

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Trump em baixa

O índice de aprovação do presidente Trump permaneceu, segundo a pesquisa, no nível mais baixo desde o início de seu mandato, em janeiro. A parcela de pessoas que dizem desaprovar seu desempenho aumentou de 52%, em maio, para 58% no levantamento mais recente.

O republicano venceu a eleição do ano passado com a promessa de combater a inflação, pela qual eleitores responsabilizaram seu antecessor, o democrata Joe Biden. No entanto, os americanos atribuem notas excepcionalmente baixas a Trump em relação à forma como ele vem lidando com o tema, com 62% do país desaprovando sua gestão do custo de vida. Os preços voltaram a subir desde seu retorno à Casa Branca, voltando neste mês ao mesmo patamar de janeiro (3%), mesmo com o enfraquecimento do mercado de trabalho.

A pesquisa Reuters/Ipsos, que entrevistou 1.200 pessoas nos Estados Unidos por meio de pesquisas online, foi encerrada pouco antes de o Congresso votar pelo fim do shutdown mais longo da história do país. O episódio dividiu o Partido Democrata, com oito senadores da sigla se aliando aos republicanos na segunda-feira para romper o impasse sobre o financiamento do governo.

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Fim da crise de identidade?

Em comparação com o início do ano, a pesquisa Reuters/Ipsos mostrou um pouco menos de insegurança entre os eleitores democratas: 39% deles ainda concordam com a afirmação de que o partido “perdeu o rumo”, mas isso representa uma queda de dez pontos percentuais desde agosto. Entre os republicanos, 22% disseram que seu partido perdeu o rumo, dentro da margem de erro em relação aos 19% de agosto, mas seguindo a tendência de alta.

A pesquisa constatou ainda que os apoiadores do Partido Democrata veem o prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, autodenominado socialista, tão favoravelmente (67% de aprovação) quanto o governador da Califórnia, o veterano Gavin Newsom, da ala menos esquerdista (65%).

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