O EWZ, fundo que representa as ações brasileiras em Nova York, opera em alta no pré-mercado nesta quinta-feira, indicando que talvez o tropeço do Ibovespa na véspera tenha sido realmente apenas isso: um pequeno acidente de percurso em uma trajetória importante de alta da bolsa brasileira.
Mas, após uma sequência de quinze pregões positivos, que havia garantido, até aqui, o novembro 100% no azul, fica cada vez mais arriscado apostar em novos recordes. Uma das fontes de incerteza vem do Banco do Brasil. Na noite de quarta, o BB divulgou que seu lucro caiu 60% no terceiro trimestre, isso após uma crise de inadimplência vinda especificamente da carteira do agronegócio. O banco representa 2,74% do Ibovespa e é a décima maior empresa em valor de mercado do Brasil.
No lado positivo, porém, está a reunião entre Estados Unidos e Brasil para discutir a guerra comercial, com encontro entre o chanceler Mauro Vieira e seu par americano, Marco Rubio. Donald Trump disse nesta semana que deve rever as alíquotas sobre café, indicando as concessões que os EUA devem fazer neste encontro, enquanto acena a seus eleitores.
Mas, nos EUA, o cenário segue conturbado. O país colocou fim ao maior shutdown de sua história, com a assinatura do Orçamento por Trump já na madrugada desta quinta. A notícia é boa, mas parece carregar a máxima dos investidores de que ações se compram no boato e são vendidas no fato. Os futuros americanos amanhecem em queda.
Há uma pressão adicional no mercado americano vinda do fato de que dirigentes do Fed estão em uma semana de falas públicas, e eles continuam cautelosos sobre cortes de juros. Na última reunião do BC americano, o presidente Jerome Powell fez questão de dizer que investidores não deveriam apostar em novas reduções nas taxas na reunião de setembro. Não só isso, o fim do apagão de dados nos Estados Unidos não deve resolver o buraco nos indicadores de inflação e emprego. O governo Trump está dando esses dados como perdidos.
E há ainda a temporada de balanços. Nos EUA, saem os dados da Disney. No Brasil, empresas importantes como JBS e Nubank publicam seus números.
