Ocorrido em junho de 2020, o caso Miguel chocou o Brasil. Aos 5 anos de idade, Miguel Otávio Santana da Silva caiu do nono andar de um prédio de luxo em Recife. Sua mãe, Mirtes Renata, trabalhava no local como empregada doméstica de Sari Corte Real e Sérgio Hacker, que viviam no quinto andar do edifício.
No momento da queda, Mirtes tinha saído para passear com o cachorro de Sari e deixou o filho aos cuidados da patroa, que estava fazendo as unhas. Pedindo pela mãe, o menino correu até o elevador e foi seguido por Sari, que o deixou no elevador e ainda apertou o botão da cobertura do prédio, local de onde o menino sofreu a queda.
No filme O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho e representante do Brasil no Oscar, o caso ganha uma menção. Mesmo com a diferença temporal — o caso Miguel ocorreu em 2020 e o filme se passa em 1977 –, o roteiro fez referência ao ocorrido, alterando o gênero da vítima e a causa da morte, mas mantendo a maioria dos elementos muito próximos ao do caso Miguel. Trata-se do uso de um recurso bem conhecido na ficção: o anacronismo, que consiste em explorar o choque de algo deslocado no tempo para causar humor, ironia ou outros efeitos artísticos numa trama que se passa em época diferente desse fato.
Como o caso Miguel foi citado em O Agente Secreto?
Quando Marcelo (Wagner Moura) chega até um instituto de identificação do governo para assumir seu novo posto de trabalho, ele presencia uma confusão causada pela chegada de uma mulher rica, Cleide, que estava cuidando da filha de sua empregada no momento em que ela foi atropelada e morta. A mãe da vítima descobre o paradeiro da ex-patroa e chega ao local gritando por justiça, causando comoção nos funcionários do local.
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