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A faixa etária que concentra a maioria das vítimas fatais do álcool no Brasil

Um novo mapeamento do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), baseado em dados do Ministério da Saúde, revela que 55% das mortes atribuíveis ao álcool ocorreram entre brasileiros com 55 anos ou mais, tendência que vem aumentando desde 2010.

Ao analisarem as informações do Datasus relativas a 2023, os pesquisadores da instituição também detectaram que a faixa acima dos 55 anos é a que registra o maior número de internações por problemas ligados à bebida alcoólica – um aumento de mais de 80% nas hospitalizações desde 2010.

As conclusões estão na sétima edição do levantamento Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2025, que traz uma preocupação especial com a questão do impacto do álcool no envelhecimento populacional.

Embora tenha sido observada uma queda de 13% nas mortes por álcool nas demais faixas etárias, o aumento entre a população 50+ foi considerado preocupante. E, apesar de os homens liderarem os casos, o maior crescimento de óbitos e internações ocorreu entre as mulheres.

“Beber em excesso é perigoso independentemente da idade, mas entre os mais velhos é ainda mais prejudicial. O envelhecimento pode diminuir a tolerância do corpo ao álcool devido a uma série de alterações fisiológicas e os efeitos da ingestão costumam ser mais acentuados se comparados a adultos do mesmo sexo e peso”, disse, em comunicado à imprensa, a psiquiatra Natalia Haddad, vice-presidente do CISA.

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Segundo a pesquisa, as principais causas de morte relacionadas ao álcool após os 55 anos foram cirrose hepática (que leva à falência do fígado), transtornos psíquicos e comportamentais e acidentes de trânsito.

A descoberta chamou a atenção do ponto de vista da saúde pública porque o envelhecimento no Brasil segue em expansão. O número de idosos cresceu quase 60% entre 2010 e 2022, de acordo com o Censo, e tudo indica que continuará nesse ritmo.

O perigo do consumo etílico frequente ou abusivo em determinadas situações é que, além da menor tolerância à bebida, o álcool pode agravar doenças crônicas já existentes (como pressão alta), expor as pessoas a quedas e interferir no efeito de medicamentos.

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“Com o rápido envelhecimento da população, precisamos acelerar a implementação de campanhas educativas e preventivas sobre o uso nocivo do álcool, e não somente para os mais velhos”, declarou, também em comunicado, a socióloga Mariana Thibes, coordenadora do CISA.

Hoje, entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) não estipulam mais recomendações de dose segura de álcool, uma vez que os estudos apontam não haver limite “saudável”.

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